Ativista negra assassinada no centro do Rio de Janeiro: «Quantos mais têm de morrer?»

Marielle Franco e o motorista foram assassinados a tiro no centro do Rio de Janeiro. A ativista lutava contra a violência, direitos humanos e das mulheres

Marielle Franco foi morta esta quarta-feira, a tiro, no centro de Rio de Janeiro, de acordo com o portal de notícias da Globo. Segundo o site brasileiro G1, a tivista, de 38 anos, «foi morta a tiro dentro de um carro» conduzido por Anderson Pedro Gomes, que também foi baleado e morreu.

Ao que tudo indica, esta terá sido «execução» na tentativa de silenciar a ativista, de acordo com os investigadores da Delegacia de Homicídios. Marielle tinha participado, no início da noite de quarta-feira, num evento denominado «Jovens Negras Movendo as Estruturas» onde questionou a violência na cidade e a ação da Polícia Militar.

Segundo a polícia militar, os homicidas colocaram-se ao lado da viatura onde estava a vereadora e o motorista e dispararam. Marielle foi atingida com quatro balas na cabeça.

De acordo com a Globo: «A perícia encontrou, pelo menos, nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada».

«Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?»

Esta foi uma das últimas publicações deixada pela vereadora no Twitter. Marielle Franco, vereadora na câmara do Rio de Janeiro há mais de um ano, lutava contra a violência, pelos direitos das mulheres, pela defesa dos moradores das favelas e pelos direitos humanos.

Para trás deixa um legado de luta que não é esquecido por aqueles que a acompanhavam.

#NãoVãoSilenciarMarielle

A morte da vereadora, ativista e política de causas está a gerar revolta e muitos foram os que se uniram para que Marielle «não seja silenciada».

Desde a sua morte que foi criado um movimento para fazer justiça pela ativista. Na próxima segunda-feira, dia 19 de março, vai realizar-lhe uma vigília pela «feminista Marielle Franco» na Praça da Figueira, em Lisboa.

No evento criado através da rede social Facebook é descrita a causa: «Marielle Vive: Assassinaram Marielle Franco. Mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré, socióloga e vereadora no Rio de Janeiro. Feminista e combatente antirracista brasileira, opositora da violência policial contra o povo das favelas.
O seu exemplo de luta merece a nossa homenagem.»

O evento conta já com 145 partilhas e 199 pessoas que confirmam a sua participação (até às 12h34).

Marisa Matias e Caetano Veloso são apenas algumas das figuras públicas que já se manifestaram

Veja as reações de algumas figuras públicas à trágica morte.

😭🖤

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#atéquando?

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