Agência espacial europeia espera enviar em 2028 satélite de manutenção de outros satélites
A Agência Espacial Europeia (ESA) espera lançar em 2028 um satélite cuja função será fazer em órbita a manutenção de satélites geoestacionários, como os de telecomunicações, prolongando a sua vida útil, foi hoje divulgado.
A missão, numa primeira etapa de demonstração da tecnologia, enquadra-se no programa da ESA de uso sustentável do espaço.
A ESA anunciou em comunicado que contratualizou o serviço com a empresa aeroespacial D-Orbit, especialista na colocação e remoção de satélites em órbita da Terra.
A D-Orbit, que tem uma filial em Portugal dedicada ao desenvolvimento de sistemas de comunicação, iniciará os serviços comerciais de extensão da vida de satélites geoestacionários se a missão de demonstração for bem-sucedida.
O envolvimento da ESA, que assinou um contrato de 119 milhões de euros com a empresa sediada em Itália, terminará depois de comprovado na missão de demonstração que o satélite RISE acoplou, manobrou e, por fim, libertou um satélite geoestacionário.
Os satélites geoestacionários são satélites que parecem estar parados por girarem à mesma velocidade que a Terra e podem ser tão grandes como um autocarro escolar e pesar mais de seis toneladas, uma vez que necessitam de “suportar cargas úteis de comunicações pesadas que exigem grandes painéis solares para alimentá-los” de energia.
Enquanto o RISE, mais pequeno e leve, estiver acoplado e controlar a altitude e órbita do seu satélite-alvo, este manterá “a sua própria energia, comunicações com a Terra e carga útil totalmente funcionais”.
O RISE está munido de equipamentos para acoplar a um satélite, “como sistemas robóticos complexos, sensores para medir a distância até ao seu alvo e computadores capazes de controlar o satélite de forma autónoma”.
O satélite acoplará ao seu alvo “prendendo-se ao anel” que originalmente ligava o satélite geoestacionário ao foguetão que o transportou para o espaço.
O serviço prestado pelo RISE destina-se a satélites geoestacionários que, por vários motivos, como falta de combustível ou uma falha técnica, “não conseguem controlar a sua posição em órbita, mas são capazes de continuar a sua missão” se forem ‘auxiliados’.
Após cumprir ensaios numa órbita de preparação, o satélite de manutenção irá elevar-se (rise, em inglês) até ao chamado “cemitério geoestacionário”, onde os satélites ficam ‘estacionados’ depois de a sua missão ter chegado ao fim.
O RISE ficará em órbita durante um período expectável de oito anos e o primeiro ‘cliente’ será provavelmente um satélite de telecomunicações que, apesar de ter pouco combustível, poderá ainda manter-se operacional durante mais algum tempo, de acordo com a ESA.
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By Impala News / Lusa
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