Ambientalistas da Zero querem que todos os sacos de plástico paguem taxa
A associação ambientalista Zero defendeu que a taxa atualmente aplicada aos sacos de plástico leves deve ser alargada a todos os sacos, mesmo os de papel, desde que de uma só utilização.
A associação ambientalista Zero defendeu hoje que a taxa atualmente aplicada aos sacos de plástico leves deve ser alargada a todos os sacos, mesmo os de papel, desde que de uma só utilização.
O objetivo é reduzir o consumo de plástico, um resíduo que polui os oceanos e afeta animais e aves, refere a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, realçando ter a introdução de uma taxa ambiental sobre os sacos de plástico leves em fevereiro de 2015 demonstrado que “taxar este tipo de produtos supérfluos é eficaz”.
A Zero refere, em comunicado, que “a taxação de sacos de plástico deverá ser extensível a todos os sacos de plástico, independentemente da sua espessura, bem como a sacos de papel, sempre que o seu design seja dirigido para uma única utilização”.
A proposta da associação liderada por Francisco Ferreira marca o Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, assinalado na segunda-feira, visando sensibilizar para a necessidade de reduzir o consumo destes bens, com o argumento de que, se nada mudar, em 2050 deverá existir mais plástico que peixe nos oceanos.
Desde a entrada em vigor da taxa sobre os sacos de plástico leves, verificou-se um acentuado decréscimo no seu uso, principalmente nas grandes superfícies.
“A maioria dos operadores optou por deixar de utilizar esse tipo de sacos e passou a disponibilizar sacos com maior espessura, não sujeitos à taxa, mas cobrando na mesma o valor de 0,10 cêntimos aos seus clientes”, que, na sua maior parte, começaram a usar sacos reutilizáveis, resume a Zero.
Em finais de 2016, de acordo com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), teria havido uma diminuição de cerca de 71% na utilização de sacos de plástico.
Mas, apontou a Zero, outros setores de comércio a retalho, como lojas de roupa, sapatarias, brinquedos ou farmácias continuam a oferecer aos seus clientes sacos de plástico e de papel, uma prática que “não desincentiva a proliferação de plásticos, induzindo no consumidor a continuação do uso do saco não reutilizável”.
Em 2014, a Europa produziu 20% do plástico mundial, ou seja, 59 milhões de toneladas, das quais 39,8% destinaram-se a embalagens, incluindo sacos de plástico, tendo sido produzidos 25,8 milhões de toneladas de resíduos de plástico, dos quais 30,8% foram depositadas em aterro, segundo dados citados pelos ambientalistas.
As estimativas apontam para que todos os anos os europeus utilizem mais de 100 mil milhões de sacos de plástico, sendo a Europa considerada um dos principais potenciadores do lixo marinho nos oceanos.
A redução do uso deste tipo de resíduos contribuirá, não apenas para reduzir o seu impacto no meio marinho, mas também para a redução do seu envio para aterro, uma meta do Plano de Ação para a Economia Circular da União Europeia.
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