Artista portuguesa morre no Mindelo
A artista plástica portuguesa Luísa Queirós morreu na cidade do Mindelo, onde vivia desde 1975, segundo informação avançada pelo Centro Cultural Português, que lamentou o desaparecimento desta “portuguesa de nascimento e cabo-verdiana de coração”.
A artista plástica portuguesa Luísa Queirós morreu hoje na cidade do Mindelo, onde vivia desde 1975, segundo informação avançada pelo Centro Cultural Português, que lamentou o desaparecimento desta “portuguesa de nascimento e cabo-verdiana de coração”.
Luísa Queirós nasceu em Lisboa, onde estudou e se licenciou em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes, foi professora de educação visual e destacou-se pela luta contra o regime salazarista.
Em Lisboa, conheceu o pintor cabo-verdiano Manuel Figueira, com quem se casou e foi viver, em 1975, para o Mindelo, São Vicente, onde, em várias ocasiões, afirmou quer morrer.
Em 1976, participou na criação da Cooperativa Resistência e, em 1978, na fundação do Centro Nacional de Artesanato, onde ensinava pintura, tecelagem e batik.
Mais que uma pintora uma artista
Criou marionetas, escreveu livros para crianças (tendo sido sendo distinguida com o Grande Prémio Gulbenkian para a literatura infantil) e ilustrou revistas e capas de discos.
Em 2000, foi condecorada com a primeira classe da Medalha do Vulcão, da República de Cabo Verde. Em 1992 criou a Galeria ” Azul+Azul = Verde” com Bela Duarte.
O Centro Cultural Português – Polo do Mindelo lamentou, através da sua página na rede social Facebook, “a morte física da artista Luísa Queirós, portuguesa de nascimento, cabo-verdiana de coração”, lembrando que estabeleceu com a pintora “uma relação de parceria de dezenas de anos”, do que resultaram exposições como “As Famílias” ou “Naufrágios de Cabo Verde”.
O ministro da Cultura de Cabo Verde, Abraão Vicente, também já reagiu à morte da pintora, considerando, através da sua página pessoal no Facebook, que a “cultura cabo-verdiana está de luto”.
“Perdermos Luísa Queirós! Uma artista única, dona de um imaginário único repleto de fantasia e de uma linguagem telúrica cabo-verdiana de quem se apaixonou pelas ilhas de Cabo Verde, pelo seu mar, pelas suas gentes”, escreveu Abraão Vicente.
Recordando que Luísa Queirós foi uma das fundadoras e dinamizadoras do Centro Nacional de Artesanato, considerou que a artista plástica “abriu caminho para a investigação cultural e etnográfica”, deixando “um imenso legado e uma obra única e incomparável”.
“Cabo Verde está de luto e tudo faremos para honrar a sua memória”, acrescentou.
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