Ásia assinala mortífero maremoto de há 20 anos

Sobreviventes e familiares das mais de 220 mil vítimas mortais do ‘tsunami’ (maremoto) mais fatal de que há registo na História recente vão reunir-se, quinta-feira, 20 anos depois, naqueles países do oceano Índico, que se ‘agigantou’ após sismo de 9,1 ao largo da ilha indonésia de Sumatra.

Ásia assinala mortífero maremoto de há 20 anos

Banda Ache, 25 dez 2024 (Lusa) – Sobreviventes e familiares das vítimas do tsunami mais mortífero da história vão reunir-se na quinta-feira, vinte anos depois, nos países do Oceano Índico, onde mais de 220.000 pessoas morreram devido às vagas enormes que se abateram sobre a costa.

A 26 de dezembro de 2004, um terramoto de magnitude 9,1 ao largo da costa ocidental da ilha indonésia de Sumatra gerou ondas gigantescas que varreram a Indonésia, o Sri Lanka, a Índia, a Tailândia e nove outros países do Oceano Índico, fazendo vítimas até na distante Somália.

Na sua velocidade máxima, as ondas quebraram a quase 800 km/h e atingiram alturas de até 30 metros.

“Espero que nunca mais tenhamos de passar por algo assim”, disse Nilawati, uma indonésia de 60 anos que perdeu o filho e a mãe no tsunami, lembrando que aprendeu “o quão devastadora pode ser a perda de um filho, um sofrimento que não pode ser explicado por palavras”.

“É como se tivesse acontecido ontem”, afirmou.

No total, o tsunami causou 226.408 mortos, de acordo com a EM-DAT, uma base de dados mundial reconhecida sobre catástrofes.

Estão previstas cerimónias religiosas em toda a região, bem como velórios nas praias, onde perderam a vida também muitos turistas que celebravam o Natal ao sol.

Na Tailândia, mais de 5.000 pessoas morreram, metade das quais turistas estrangeiros, e 3.000 estão desaparecidas.

Num hotel da província de Phang Nga, foi montada uma exposição sobre o tsunami e está prevista a projeção de um documentário, enquanto funcionários do governo e das Nações Unidas vão falar sobre a preparação para catástrofes.

Segundo os peritos, a falta de um sistema de alerta devidamente coordenado em 2004 agravou as consequências da catástrofe.

Desde então, cerca de 1.400 estações em todo o mundo reduziram o tempo de alerta de tsunami para apenas alguns minutos.

O terramoto gerou ondas de mais de 30 metros de altura, libertando uma energia equivalente a 23 mil vezes a potência da bomba atómica de Hiroshima.

A zona mais afetada foi o norte da ilha de Sumatra, onde morreram mais de 120.000 pessoas, de um total de 165.708 na Indonésia.

Na província de Aceh, será observado um minuto de silêncio na quinta-feira, antes de uma visita a uma vala comum onde estão enterrados cerca de 50.000 corpos e de uma oração na principal mesquita da capital, Banda Aceh.

No Sri Lanka, onde mais de 35.000 pessoas perderam a vida, os familiares das vítimas e dos sobreviventes deverão embarcar no comboio Ocean Queen Express com destino a Peraliya (90 km a sul de Colombo), onde as carruagens foram arrastadas, matando cerca de 1.000 pessoas.

Estão também previstas cerimónias religiosas – budistas, hindus, cristãs e muçulmanas – em toda a ilha.

As ondas também chegaram a África, matando 300 pessoas na Somália e mais de uma centena nas Maldivas.

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By Impala News / Lusa

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