Bactéria que provoca «pneumonias e infeções» está «em crescimento» em Portugal

«É uma bactéria resistente a muitos antibióticos. Depois ficamos muito restritos em termos de possibilidades de terapêutica. Por outro lado, essas bactérias como adquirem resistências têm muita facilidade na sua disseminação e propagam-se com facilidade»

Bactéria que provoca «pneumonias e infeções» está «em crescimento» em Portugal

bactéria «Klebsiella pneumoniae», que provoca pneumonias e infeções sanguíneas e do trato urinário entre outras doenças, está «em crescimento» em Portugal e em outros países da Europa, explicou Maria do Rosário Rodrigues, diretora do PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos.

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«É uma bactéria resistente a muitos antibióticos. Depois ficamos muito restritos em termos de possibilidades de terapêutica. Por outro lado, essas bactérias como adquirem resistências têm muita facilidade na sua disseminação e propagam-se com facilidade», disse a responsável.

Por estas razões, esta bactéria pode causar surtos, que «são problemáticos porque são difíceis de controlar e de tratar», acrescentou. Como razões para o aumento da «Klebsiella pneumoniae», apontou o uso elevado de antibióticos, que pode provocar mais resistências.

Contudo, Maria do Rosário Rodrigues que existem bactérias, cuja presença no nosso país está a diminuir «porque têm sido feitos esforços nesse sentido»

Maria do Rosário Rodrigues apontou como «pilares da área de controlo de infeção», os programas de apoio à prescrição de antibióticos na área dos hospitais e cuidados de saúde primários e as «precauções básicas de controlo de infeção» sobre as quais se tem vindo a insistir.

«Em relação às resistências, estamos com bons resultados. Temos na maior parte dos casos tendências de diminuição», salientou.

A bactéria «Staphylococcus aureus resistente à Meticilina» (MRSA), que provoca infeções muito difíceis de tratar, está «a diminuir paulatinamente», disse a responsável, explicando que esta bactéria provoca infeções da corrente sanguínea, infeções da pele e tecidos moles, pneumonias, infeções nos cuidados intensivos, na neonatologia, «até porque este agente pode estar na pele».

«As nossas mãos podem ser transmissoras e daí a importância grande na higiene das mãos como medida de controlo de contenção da transmissão deste microrganismo», disse Maria do Rosário Rodrigues.

Para a descida da MSRA, contribuíram de forma «muito benéfica» as medidas conjuntas, a política de apoio de prescrição aos antibióticos, a insistência na higiene das mãos e das precauções básicas e a própria norma que saiu de rastreio e controlo da MRSA.

Consumo de antibióticos em hospitais portugueses diminui

«O consumo global de antimicrobianos em meio hospitalar reduziu-se, entre 2013 e 2017, 4,96% (de 1,64 DHD [Doses Diárias Definidas por 1000 habitantes] para 1,53DHD)», indicam os números da DGS. «Esta baixa deve-se essencialmente à redução do consumo de antibióticos da classe das quinolonas (-29,58%) e aminoglicosídeos (-19,43%)», refere o relatório anual do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).

Relativamente aos consumos em ambulatório (os que ocorrem nos serviços de urgência, serviços de atendimento permanente, cuidados de saúde primários, cuidados continuados integrados e consultórios privados), o consumo baixou para 20,3 DHD em 2017, correspondendo assim de forma idêntica ao resultado obtido em 2014, adianta o relatório apresentado na 4.ª Jornada do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, que está a decorrer em Lisboa.

A prevenção destas infeções passa por medidas de controlo como o rastreio, a higiene do ambiente das unidades, a sinalização de doentes que surgem com infeções depois de terem sido tratados com antibióticos.

 

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