Bigode de Salvador Dalí continua intacto, 28 anos após a morte
O bigode de Salvador Dalí continua intacto, passados 28 anos sobre a morte do artista espanhol, cujos restos mortais foram exumados por ordem de um tribunal, para um exame de determinação de paternidade, foi hoje anunciado.
O bigode de Salvador Dalí continua intacto, passados 28 anos sobre a morte do artista espanhol, cujos restos mortais foram exumados por ordem de um tribunal, para um exame de determinação de paternidade, foi hoje anunciado. De acordo com especialistas que participaram na exumação do artista surrealista, falecido em 1989, com 85 anos, os restos mortais embalsamados estavam bem conservados, a começar pelo seu característico bigode.
“Como sabem, o corpo de Dalí foi embalsamado e, segundo o médico legista, depois da exumação, o bigode encontrava-se na sua posição habitual, apontado para as dez horas e dez”, disse o secretário-geral da Fundação Gala-Dalí, Luis Peñuelas Reixach, numa conferência de imprensa realizada hoje de manhã, no Teatro-Museo Dalí, em Figueres, Girona, cerca de 12 horas após o início da operação.
O responsável salientou que esta revelação dos especialistas foi “especialmente comovente”, porque Dalí brincava frequentemente com a forma do bigode, uma marca especial da sua imagem.
Após a exumação do corpo, realizada na última noite, foram extraídas amostras de cabelo, unhas, dentes e dos ossos, tendo a Fundação Dalí solicitado o regresso dos restos mortais ao sepulcro.
A abertura do sepulcro verificou-se às 22:20 e voltou a ser selado às 23:40, terminada a operação.
O jornal El País, na edição eletrónica, adianta que o calendário oficial prevê o anúncio dos resultados dos exames de ADN para o início de setembro, pouco antes da sessão em tribunal, sobre a questão de paternidade, marcada para 18 desse mês.
O corpo do pintor, falecido em 23 de janeiro de 1989, aos 85 anos, estava sepultado no Teatro-Museo Dalí, em Figueres, na região de Girona, e foi exumado por decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha. A decisão foi anunciada a 20 de junho, para obtenção de amostras do corpo do artista, no sentido de realizar um exame de determinação de paternidade de Pilar Abel, que alega ser sua filha.
Pilar Abel submeteu-se ao exame de ADN em 11 de julho, em Madrid.
A Fundação Gala-Dalí recorreu da decisão do tribunal, apoiada em pareceres jurídicos de Roca Junyent, em coordenação com a procuradoria espanhola, já que o pedido de determinação de paternidade visa igualmente o Estado espanhol – o ministério das Finanças e do Tesouro -, como herdeiro de Dalí. Mas o exame foi confirmado. Segundo o representante legal da Fundação, Albert Segura, citado pelo El País, no caso de os exames de ADN confirmarem a paternidade de Dalí, Pilar Abel poderá reclamar 25% do património detido pelo artista, na altura da sua morte.
O prejudicado, nesse caso, seria o Estado espanhol, herdeiro universal designado por Dalí, como adianta o jurista.
O pedido de averiguação de paternidade de Pilar Abel foi admitido no tribunal de primeira instância número 11, de Madrid, em abril de 2015.
Pilar Abel, nascida em Figueres, em 1956, alega ser fruto de uma relação de Salvador Dalí com sua mãe, que conheceu em Cadaqués, Girona, quando esta trabalhava como empregada de uma família que passava temporadas naquela povoação.
A mãe de Pilar Abel ter-lhe-á dito várias vezes que o seu pai era o pintor Salvador Dalí. Além disso, uma cuidadora da mãe de Pilar reconheceu que esta contava que manteve uma relação amorosa secreta com o pintor.
Pilar Abel já se submeteu duas vezes a testes de paternidade, mas nunca conseguiu que os resultados lhe fossem entregues.
O primeiro teste foi feito num laboratório em San Sebastián de los Reyes (Madrid), em julho de 2007, com restos de pele e cabelos que estavam agarrados a uma máscara de gesso do pintor, que foi feita pouco depois de este morrer e chegou às mãos de Pilar Abel.
O segundo teste foi feito em Paris, em dezembro de 2007, no escritório de Robert Descharnes, colaborador e biógrafo de Dalí, para comparar amostras de ADN de Pilar com material genético do pintor que Descharnes tinha em sua posse.
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