Biliões de dólares para subsidiar combustíveis chegavam para financiar ação climática

O Banco Mundial defende que os biliões de dólares gastos em subsídios à agricultura, pescas e combustíveis fósseis em todo o mundo deviam ser usados para ajudar os países a lidar com as alterações climáticas.

Biliões de dólares para subsidiar combustíveis chegavam para financiar ação climática

“As pessoas dizem que não há dinheiro para o clima. Mas há. Só que está nos sítios errados”, disse o dirigente do Banco Mundial Alex van Trotsenburg quando apresentou um novo relatório sobre a realocação do valor gasto em subsídios para política em propósitos ambientais. A conclusão do estudo foi simples: o que se gasta em financiamentos para os combustíveis fósseis é suficiente para a ação climática.

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O novo estudo, com o título ‘Desintoxicar o Desenvolvimento: Dar novo uso aos subsídios nocivos para o ambiente’, diz que “as despesas governamentais nestes três setores valem 1,25 biliões de dólares [1,14 biliões de euros] por ano, mais ou menos o tamanho da economia do México” e salienta que é preciso alocar estas verbas de forma mais eficiente.

“Se pudermos recanalizar os biliões de dólares que são gastos de forma ineficaz em subsídios e os colocássemos em utilizações melhores e mais verdes, podíamos lidar com muitos dos problemas mais prementes do planeta”, argumentou Alex van Trotsenburg, citado no comunicado do Banco Mundial.

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Em 2021, os países gastaram 577 mil milhões de dólares, cerca de 527 mil milhões de euros, com subsídios para “manter artificialmente baixo o preço de combustíveis poluentes como o petróleo, o gás e o carvão, fomentando ainda mais as alterações climáticas, e causando poluição na atmosfera, desigualdade, ineficiência e mais dívidas”, aponta o Banco Mundial, salientando que “redirecionar estes subsídios pode desbloquear pelo menos meio bilião de dólares [457 mil milhões de euros] para usos mais produtivos e sustentáveis”.

Banco Mundial defende que governos compensem “grupos mais vulneráveis

Reconhecendo que os subsídios não podem ser cortados de um dia para o outro, o Banco Mundial defende que os governos têm de “compensar os grupos mais vulneráveis”, através de programas de assistência e transferências financeiras diretas.

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Assim, propõem que seja construída sensibilização popular através de uma comunicação transparente, garantir tempo para as populações e as empresas se adaptarem e mostrar como os fundos libertados são reinvestidos em projetos que assegurem um desenvolvimento de longo prazo.

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