Comédia de Shakespeare fecha Festival de Almada com abordagem sobre a transexualidade
A comédia “Sonho de Uma Noite de Verão”, de William Shakespeare, pretexto da companhia galega Voadora para abordar a transexualidade, é o espetáculo que encerra hoje a 34.ª edição do Festival de Almada.
A comédia “Sonho de Uma Noite de Verão”, de William Shakespeare, pretexto da companhia galega Voadora para abordar a transexualidade, é o espetáculo que encerra hoje a 34.ª edição do Festival de Almada.
Apesar de partir de repertório clássico, esta companhia, que à edição de 2015 do certame trouxe outra peça do ‘bardo’, “Tempestade”, volta a basear-se numa obra do que é considerado o maior dramaturgo inglês, construindo um espetáculo que serve de pretexto para abordar o universo ‘queer’ e levar para a cena um transexual, que fala da sua experiência enquanto militar, como se lê no programa do Festival.
Numa companhia conhecida por sobrepor uma estética pop, a provocação e uma linguagem direta, aos textos de que parte, a peça que a Voadora de Santiago de Compostela apresenta, às 22:00, no palco grande da Escola D. António da Costa, em Almada, continua a dessacralização de autores e de títulos do cânone da dramaturgia universal, que tem pautado o seu trabalho.
Hoje também, antes do início do espetáculo são conhecidos os distinguidos com o Prémio Carlos Porto, nas diferentes categorias.
Será igualmente divulgado o espetáculo de honra, aquele que é escolhido pelo público do festival para voltar na edição do próximo ano.
A programação da 34.ª edição do Festival envolveu 44 produções de teatro, dança e música, 27 das quais espetáculos de sala. Destes, 13 foram criações portuguesas, cinco delas em estreia.
Espetáculos e animação de rua, concertos, exposições e debates foram outras das propostas do Festival, que este ano homenageou o artista plástico, cenógrafo e figurinista António Lagarto.
Organizado pela Companhia de Teatro de Almada (CTA) e dirigido pelo diretor da companhia, Rodrigo Francisco, o certame está orçado em 820.000 euros – 257.000 investidos pela câmara local, 363.000 resultantes de parcerias e de receitas próprias do certame, e 200.000 com origem nos subsídios atribuídos pela Direção-Geral das Artes (metade do financiamento da DGArtes à companhia).
Os espetáculos de sala decorreram na Casa da Cerca/Centro de Arte Contemporânea, no Teatro Municipal Joaquim Benite, Teatro-Estúdio António Assunção, na Incrível Almadense e no Fórum Romeu Correia – em Almada -, e no Teatro Taborda, Teatro Nacional D. Maria II e Centro Cultural de Belém (Lisboa).
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