Comemorações do 25 de Abril sem restrições após dois anos de pandemia
O 48.º aniversário do 25 de Abril vai ser assinalado hoje na Assembleia da República com uma sessão solene já sem restrições devido à covid-19.
O 48.º aniversário do 25 de Abril vai ser assinalado hoje de manhã na Assembleia da República com uma sessão solene já sem restrições devido à covid-19 e de tarde o parlamento abrirá as portas ao público. A sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, com início às 10:00, inclui discursos de deputados dos oito partidos com assento parlamentar, por ordem crescente de representatividade, Livre, PAN, BE, PCP, Iniciativa Liberal, Chega, PSD e PS, do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
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Pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19, a Revolução dos Cravos vai ser assinalada sem número limitado de presentes e também sem uso obrigatório de máscara no parlamento — regra que deixou de vigorar na sexta-feira –, ao contrário dos dois anos anteriores, em que nesta data histórica vigorava o estado de emergência. O 25 de Abril cumpre 48 anos num momento de guerra na Ucrânia, em que a invasão pela Federação Russa dura há dois meses, e no dia seguinte à reeleição de Emmanuel Macron, centrista liberal, como Presidente de França, na segunda volta das presidenciais francesas, contra Marine Le Pen, da extrema-direita.
O 25 de Abril cumpre 48 anos num momento de guerra na Ucrânia, em que a invasão pela Federação Russa dura há dois meses
Na sequência das eleições de 30 de janeiro a Assembleia da República reconfigurou-se e tem agora uma maioria absoluta de deputados do PS, seguindo-se o PSD e como terceira força política o Chega — partido que se apresentou às legislativas com o lema “Por um novo regime democrático: Deus, pátria, família e trabalho”, recuperando palavras de ordem do salazarismo. Hoje, a partir das 15:00, o edifício do parlamento estará aberto ao público, assim como a residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, desde as 14:30, com circulação entre os dois espaços, onde os visitantes poderão entrar até às 18:00.
A Iniciativa Liberal voltou a convocar um desfile próprio
Na mesma altura, estará a decorrer o tradicional desfile pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, promovido por mais de 40 organizações da sociedade civil, partidárias e sindicais, entre as quais a Associação 25 de Abril, PCP, PS, BE, PEV, CGTP e UGT e respetivas estruturas de juventude e também os partidos Livre e Movimento Alternativo Socialista (MAS). A comissão promotora desde desfile, marcado para as 15:00, pediu aos órgãos de comunicação social para transmitirem pelas 18:00 a canção-símbolo do 25 de Abril “Grândola, Vila Morena” seguida do hino nacional e a todos os que possam para cantarem às janelas e varandas estas duas músicas, como nos dois anos anteriores de pandemia. A Iniciativa Liberal voltou a convocar um desfile próprio para as 14:00, a partir da Praça do Duque de Saldanha, em direção à Avenida da Liberdade, ao qual anunciou que se irá juntar a Associação dos Ucranianos em Portugal. Este partido alega que em 2021 tentaram impedir a sua participação nestas comemorações de rua.
Nos jardins do Palacete de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, o 25 de Abril vai ser celebrado com um programa cultural para várias idades, que inclui dança, música e uma exposição de cartazes da revolução e termina com um concerto de Dino d’Santiago. No Palácio de São Bento, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, estará presente para receber os cidadãos a partir das 15:00 e convidou todos a visitarem a “casa da democracia”. O Presidente da República vai deslocar-se a Espanha hoje à tarde, para participar na cerimónia de depósito do legado de José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, na Caja de las Letras do Instituto Cervantes, em Madrid. Há um ano, na sessão comemorativa do 47.º aniversário do 25 de Abril na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa centrou o seu discurso no passado colonial português e pediu que se olhe para a História sem temores nem complexos, procurando unir e combater intolerâncias, com a noção de que há diferentes vivências e perspetivas em relação a esse período.
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