Concentração de gases com efeito de estufa atingiu novo recorde em 2022

A concentração de gases de estufa, que causam as alterações climáticas, atingiu um novo recorde em 2022, contribuindo para o aumento da temperatura global e para o surgimento de fenómenos meteorológicos extremos, alertou hoje a Organização Meteorológica Mundial.

Concentração de gases com efeito de estufa atingiu novo recorde em 2022

Pela primeira vez, o efeito de estufa provocado pelas concentrações de dióxido de carbono (CO2), o gás mais importante ligado às alterações climáticas, foram 50% mais elevadas do que na época pré-industrial e continuaram a aumentar neste ano, conclui o relatório anual da OMM sobre o clima, publicado a semanas da conferência das partes da ONU sobre alterações climáticas (COP28), que decorre no Dubai a partir de 30 de novembro.

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Esta situação só pode ser comparada com o que aconteceu três a cinco milhões de anos atrás, quando a temperatura era dois a três graus mais alta e o nível do mar entre 10 a 20 metros mais elevado, acrescenta o relatório da agência das Nações Unidas para a meteorologia.

Também aumentaram as concentrações de metano e óxido de nitrito, segundo e terceiro gases que mais contribuem para as alterações climáticas após o dióxido de carbono, com os maiores aumentos anuais jamais registados.

Com base no atual nível de concentração de gases com efeito de estufa, as temperaturas aumentarão até ao final do século muito acima dos 1,5 graus estabelecidos pelo Acordo de Paris sobre as alterações climáticas como o limite a partir do qual as consequências serão desastrosas para a humanidade.

Além do aumento das temperaturas, serão registados fenómenos meteorológicos mais extremos, como vagas de calor, inundações, degelo dos glaciares, subida e acidificação dos oceanos, referiu o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

“Apesar de décadas de avisos da comunidade científica, de milhares de páginas escritas e de dezenas de conferências sobre o clima, continuamos a caminhar na direção errada”, afirmou Taalas, em conferência de imprensa, citado pela agência EFE.

Menos de metade das emissões de dióxido de carbono permanecem na atmosfera, sendo um quarto absorvidas pelos oceanos e pouco menos de 30% pelos ecossistemas terrestres, como as florestas, mas enquanto as emissões continuarem, o CO2 continuará a acumular-se.

Mesmo que estas emissões fossem reduzidas a zero de imediato, os níveis deste gás gerado pela queima de combustíveis fósseis e pela produção de cimento tem um tempo de vida muito longo, logo as temperaturas elevadas persistiriam durante várias décadas, segundo os dados fornecidos pela OMM.

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