África CDC espera que açambarcamento de vacinas contra Monkeypox não se repita no continente

O diretor interino da agência de saúde pública da União Africana manifestou hoje a esperança de que o episódio de açambarcamento de vacinas observado durante a pandemia de covid-19 não se repita com o atual surto do vírus Monkeypox.

África CDC espera que açambarcamento de vacinas contra Monkeypox não se repita no continente

África CDC espera que açambarcamento de vacinas contra Monkeypox não se repita no continente. “As vacinas devem ir para onde são mais necessárias, de forma equitativa, com base no risco e não em quem tenha a capacidade de as comprar”, afirmou Ahmed Ogwell Ouma, diretor interino do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (Africa CDC).

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O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Lino Maia, alertou que, embora a gravidade tenha diminuído, Portugal “ainda está em pandemia” e revelou que atualmente estão ativos 193 surtos em lares (… continue a ler aqui)

O responsável referiu que o África CDC está “a trabalhar com todos os estados-membros no continente para intensificar a vigilância da Monkeypox” e instou a população em geral a evitar procurar vacinas se não estiverem em risco de contrair o vírus, uma vez que isto exerceria pressão sobre os fornecimentos para aqueles que delas necessitam. “Estamos a tentar evitar a repetição do episódio da corrida às vacinas a que assistimos com a covid-19”, acrescentou Ouma, em declarações na conferência de imprensa semanal do organismo da União Africana (UA).

Como é prática protocolar, por outro lado, os fornecimentos disponíveis de vacinas contra o Monkeypox – que “oferecem um nível de proteção muito elevado”, segundo o responsável – serão destinados prioritariamente aos trabalhadores da saúde e às áreas com casos confirmados do vírus, afirmou Ogwell Ouma. “A prioridade é primeiro os trabalhadores da saúde que estão na linha da frente, e depois as comunidades afetadas onde os surtos são caraterizados, antes de contemplar o público em geral”, afirmou. “Ainda não dispomos de reservas suficientes para podermos atender ao público em geral”.

Em relação ao surgimento de centenas de casos da infeção em todo o mundo, Ouma minimizou a circunstância e manifestou a disponibilidade do Africa CDC para apoiar os países com esta necessidade. “O Monkeypox é endémico no continente há décadas, sabemos como lidar com ele, estamos a apoiar os nossos estados-membros a lidar com a doença, e estamos disponíveis para partilhar o conhecimento e experiência adquirida ao longo do tempo com os países que estão agora a ter contacto com a varíola dos macacos”, afirmou.

O Monkeypox, uma infeção viral leve, é endémico em quatro países africanos, Camarões, República Centro Africana, República Democrática do Congo, e Nigéria, mas mais de 200 casos suspeitos e confirmados do vírus, a maioria na Europa, foram detetados em pelo menos 19 países desde o início de maio. Em 2022, o número acumulado de casos de infeção com o vírus Monkeypox em África ascende a 1.405, e foram registadas 62 mortes associadas à doença, essencialmente nos quatro países mencionados em cima.

O diretor interino do Africa CDC fez ainda questão de esclarecer que o organismo tem vindo a assistir os estados-membros nas estratégias internas de saúde pública, com aconselhamento e oferecendo meios de monitorização e de diagnóstico.

Quanto à evolução da covid-19 no continente, foi registado até hoje, um total acumulado de 11,6 milhões de casos de infeção nos 55 estados-membros da UA — o que representa 3% do número de casos registados em todo o mundo – e um total de 253 mil mortes associadas à doença, que aponta para uma taxa de mortalidade de 2,2%.

Na semana entre 16 e 22 de maio, foi registado um total de 46.684 novos casos de infeção, número que representa uma queda de 21% em relação ao número de novos casos registado na semana anterior. Um total de 278 mortes associadas à covid-19 foi registado nos últimos sete dias em análise, número que compara com 308 na semana anterior, o que representa uma baixa na ordem dos 10%. A comparação das últimas quatro semanas com o mesmo período anterior revela um aumento do número de novos casos de infeção na ordem dos 36% em todo o continente.

Quanto à campanha de vacinação em África, 812,4 milhões de doses de vacinas foram recebidas por 54 estados-membros do continente (com exceção da Eritreia, que não divulgou até agora quaisquer registos relativos à doença), 572 milhões foram administradas, o que corresponde a 70,4% das doses disponíveis. A taxa de cobertura atual é de 16,9%.

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