Covid-19: Como os dois anos de pandemia mudaram os nossas vidas
Como a pandemia de covid-19, desde o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 aos dias de hoje, transformou o mundo nas suas mais diversas áreas.
O primeiro caso de covid-19 em Portugal foi confirmado em 2 de março de 2020. A pandemia continua a ter impacto um pouco por todo o mundo. Muitos estão enfrentam novas ondas de infecção e o número de novos casos de coronavírus em todo o mundo continua a flutuar. No entanto, várias vacinas foram aprovadas para uso em diferentes países e os programas de vacinação estão em andamento. Continua, todavia, a ser importante que o público permaneça vigilante, continue a seguir as precauções de segurança e cumpra as regras e regulamentos. A ministra da Saúde, Marta Temido, avisa até para a possibilidade de não haver “regresso à normalidade tal como a conhecíamos”.
Perto de 3 milhões de casos em Portugal
O País aproxima-se de forma veloz das 3 milhões de infeções desde que o primeiro caso foi reportado – de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde de 7 de fevereiro – e mais de 20 mil pessoas morreram. Contudo, e desde que a adesão dos portugueses à vacinação em massa foi exemplar, há cada vez menos casos graves, menos internamentos e ainda menos pacientes com necessidade de cuidados intensivos. E, naturalmente, menos mortes por 100 mil habitantes. Em todo o mundo, estão reportados praticamente 400 milhões de casos e perto de 6 milhões de óbitos. Existem hoje pouco mais de 74,3 milhões de casos ativos. Destes, 74,2 têm sintomas moderados não incapacitantes (99,9%) e 90,6 mil estão em situação séria ou crítica (0,1%) com necessidades de internamento em unidades de cuidados intensivos.
Casos de covid-19 acumulados no mundo desde o início da pandemia
Em 7 de fevereiro de 2022, mais de 396 milhões de casos foram registados em todo o mundo. Os Estados Unidos tiveram o maior número de casos de covid-19, seguidos pela Índia e pelo Brasil. Infelizmente, o número de mortes relacionadas ao coronavírus foi superior a 5,7 milhões, e os EUA são o país com mais mortes por COVID-19 em todo o mundo. Além dos danos diretos da pandemia, o impacto da doença na saúde mental tem sido considerável devido às medidas de distanciamento social e confinamento.
Taxas de vacinação covid-19
Em 7 de fevereiro de 2022, o número de doses da vacina administradas em todo o mundo atingiu cerca de 10,2 bilhões. Os países que mais vacinaram foram China, Índia e Estados Unidos. No entanto, ao analisar as taxas de vacinação em todo o mundo, os principais países incluem Cuba e Chile. Embora o governo dos Estados Unidos tenha sido criticado pela forma inicial como lidou com a pandemia, a implementação da vacinação foi bem-sucedida. Noutros lugares, o número de doses administradas na Europa está a aumentar constantemente após um início lento. Os países mais ricos foram acusados de garantir mais do que o seu quinhão e há o receio de que os mais pobres não tenham acesso ao suprimento de que precisam para conter a crescente pandemia no interior das suas fronteiras. As duas principais vacinas – por alcance – são as desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech e pela Oxford-AstraZeneca.
A linha do tempo do coronavírus
A doença de coronavírus 2019, ou covid-19, para abreviar, é causada pelo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). Pertence a uma grande família de coronavírus (CoV), transmitidos de animais para pessoas. Os sintomas assemelham-se aos de uma gripe comum, com os infetados frequentemente a apresentarem febre, tosse e falta de ar. No entanto, em casos mais graves, a infeção pode levar a pneumonia, falência múltipla de órgãos, síndrome respiratória aguda grave e, até, morte. A fonte exata do vírus ainda não está clara. Acredita-se contudo que tenha sido originada num mercado na cidade de Wuhan, na China.
Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no final de março de 2021 foi o primeiro da agência internacional de saúde pública a investigar as origens do vírus. O relatório afirma que o vírus provavelmente começou a espalhar-se não mais de um mês, dois, no máximo, antes de ser descoberto, em dezembro de 2019. O relatório acrescentou que a transmissão de um animal para outro e depois para humanos era o cenário mais provável. No entanto, os Estados Unidos, juntamente com outros países, incluindo o Reino Unido e a Coreia do Sul, criticaram o relatório por atrasar e afirmar que a OMS não teve acesso a dados e a amostras completos ou originais da China.
Como a pandemia mudou a economia
O impacto da pandemia na economia global foi imenso e pode levar muitos mais meses até regressar aos níveis pré-pandémicos. Antes do coronavírus, as previsões mostravam que as taxas de crescimento do produto interno bruto (PIB) real aumentariam 2,9% em 2020. No entanto, devido à covid-19, a produção real caiu 3,4%. Além disso, como resultado da perda de empregos e do aumento do desemprego, houve mudanças significativas no rendimento das pessoas devido ao coronavírus – mais de 130 milhões de pessoas em todo o mundo foram consideradas pobres. Muitos setores sentiram toda a força da desaceleração económica, mas o impacto da doença no setor das viagens e do turismo foi particularmente difícil. As companhias aéreas testemunharam uma queda sem precedentes no número de passageiros, enquanto países e cidades que dependem fortemente do turismo sofreram perdas substanciais, em empregos e em receitas.
Portugueses mais felizes com a vida
Os portugueses parecem surpreendentemente estar mais felizes e satisfeitos com a vida quase dois anos depois do início da pandemia de covid-19, sugere um estudo divulgado hoje que aponta níveis de felicidade melhores até do que em 2019. Esta é uma das conclusões do mais recente estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa, da Universidade Católica em Lisboa, que se debruçou, entre outros temas, sobre os níveis de felicidade e satisfação dos portugueses. Quase dois anos a viver em plena pandemia, dos mil inquiridos entre 29 de novembro e 09 de dezembro, a grande maioria dizia sentir-se feliz ou muito feliz (80%) e também satisfeito ou muito satisfeito (79,1%) com a sua vida. Comparativamente ao início da pandemia, em março de 2020, a percentagem de pessoas felizes aumentou nove pontos percentuais, o mesmo número em que diminuíram aquelas que se diziam sentir infelizes.
Luís Martins
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