Covid-19: Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos cessa funções

O Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a covid-19 vai cessar funções, devido à evolução positiva da pandemia, e “será transformado” para passar a acompanhar as ameaças e desafios da Saúde, anunciou o bastonário.

Covid-19: Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos cessa funções

“O Gabinete de Crise deu uma resposta extraordinária durante estes dois anos. Foi constituído por um grupo de especialistas de diferentes áreas que souberam, desde a primeira hora, fazer recomendações e antecipar decisões que eram importantes para o país”, disse à Lusa Miguel Guimarães. Coordenado pelo pneumologista Filipe Froes, este gabinete foi criado em janeiro de 2020. Ainda antes de a Organização Mundial de Saúde ter declarado a covid-19 como pandemia. E dos primeiros casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal, que foram registados no início de março do mesmo ano.

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Uma vez que Portugal vai “entrar numa fase endémica dentro de pouco tempo”. E perante a elevada taxa de vacinação e de imunização natural provocada pela infeção, “é altura de encerrar o trabalho do Gabinete de Crise”. Referiu o bastonário dos médicos. De acordo com Miguel Guimarães, o objetivo passa agora por ter um “gabinete novo virado para as necessidades em termos globais e desafios do país” na área da Saúde. Como o “número preocupante” de pessoas que mantiveram sintomas após a recuperação da infeção, uma condição conhecida como `long covid´. A atividade assistencial aos doentes não-covid e a saúde mental.

O objetivo passa agora por ter um “gabinete novo virado para as necessidades em termos globais e desafios do país” na área da Saúde

A Ordem dos Médicos pretende também que o novo gabinete funcione como um observatório que permita fazer a “vigilância ativa do que vai acontecendo a nível internacional” de potenciais ameaças ao nível da saúde, adiantou o médico. “Uma das grandes lições que se tira desta pandemia é que temos de estar preparados”. Sublinhou Miguel Guimarães, ao avançar que as recomendações e propostas feitas pelo Gabinete de Crise, “de uma forma geral, foram acolhidas sempre com atraso” pelas entidades públicas nacionais. Miguel Guimarães apontou o exemplo das propostas apresentadas pelo gabinete, em vários momentos da pandemia. Para o uso de máscara nos espaços interiores e exteriores. E de encerramento das escolas. E admitiu que, se essas recomendações tivessem sido acolhidas de uma forma mais célere, Portugal poderia teria sido “mais eficaz” no controlo da pandemia.

Bastonário lamenta que a Ordem dos Médicos nunca tenha sido convidada para as reuniões do Infarmed

O bastonário disse que a Ordem dos Médicos esteve também “sempre disponível para participar nas reuniões do Infarmed”. De análise da evolução da pandemia que juntaram peritos e políticos. Mas “nunca foi convocada” para essas sessões. “Fizemos um trabalho global em várias áreas. No qual o Gabinete de Crise teve uma projeção mais especial, porque mais focado na covid-19. Mas em que os nossos Colégios de Especialidade deram um contributo inestimável”, salientou o bastonário.

A covid-19 provocou pelo menos 5.884.689 milhões de mortos em todo o mundo desde o início da pandemia. Segundo o mais recente balanço da agência France-Presse. Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.866 pessoas. E foram contabilizados 3.193.178 casos de infeção. Segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China. A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

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