Covid-19: Infarmed registou 22.927 reações adversas às vacinas
A Infarmed registou 22.927 reações adversas às vacinas contra a covid-19 em Portugal, das quais 7.285 consideradas graves, o que representa um caso por cada 1.000 vacinas administradas.
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) registou 22.927 reações adversas às vacinas contra a covid-19 em Portugal, das quais 7.285 consideradas graves, o que representa um caso por cada 1.000 vacinas administradas, segundo dados hoje divulgados.
Entre as reações adversas consideradas graves, contam-se 127 casos de morte entre pessoas com uma mediana de idade de 77 anos, refere o Relatório de Farmacovigilância. “Estes acontecimentos não podem ser considerados relacionados com uma vacina contra a covid-19 apenas porque foram notificados de forma espontânea ao Sistema Nacional de Farmacovigilância”, ressalva o Infarmed, segundo o qual foram administradas 23.468.697 vacinas até 28 de fevereiro.
O Infarmed explica que a vacinação “não reduzirá as mortes provocadas por outras causas, por exemplo, problemas de saúde não relacionados com a administração de uma vacina, pelo que durante as campanhas de vacinação é expectável que as mortes por outras causas continuem a ocorrer, por vezes em estreita associação temporal com a vacinação, e sem que necessariamente haja qualquer relação com a vacinação”. A maior parte das reações adversas (11.802) são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech (Comirnaty), seguindo-se a da AstraZeneca (Vaxzevria), com 6.234, a da Moderna (Spikevax), com 2.870, e a da Janssen, com 1.900 casos.
O Infarmed sublinha, contudo, que estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas”, uma vez que foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e “em períodos e contextos epidemiológicos distintos”.
Dos casos de reações adversas classificados como graves, “cerca de 85% dizem respeito a situações de incapacidade temporária (incluindo o absentismo laboral)”. Das reações adversas graves, o relatório diz que 4.364 (19%) foram classificadas como clinicamente importantes, 1.799 (7,8%) provocaram alguma incapacidade, 780 (3,4%) precisaram de hospitalização, 215 (1%) representaram risco de vida e 127 (0,5%) resultaram em morte.
Por grupo etário, o que mais casos de efeitos adversos graves registou foi o dos 25 aos 49 anos (3.380 casos), aquele que teve também o maior número de vacinas administradas (7.658.905). As 10 reações mais notificadas referem-se a casos de febre (5.166), dor de cabeça (5.092), dor muscular (4.718), dor no local da injeção (4.160), calafrios (2.629), fadiga (2.585), náusea (1.869) e dor articular (1.614).
Foram ainda registados casos de dor generalizada (1.543), mal-estar geral (1.399), tonturas (1.335), dor nas extremidades corporais (1.227), aumento de volume dos gânglios linfáticos (1.074), vómitos (994) e fraqueza orgânica (965). “Na maioria dos casos, o desconforto causado por estas reações resolve-se em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica, e sem sequelas”, refere o relatório.
O relatório destaca ainda que, até 28 de fevereiro, foram administradas 6.125.127 doses de reforço, respetivamente 76,6% de Comirnaty e 23,4% de Spikevax. Durante este período, foram notificados 802 efeitos indesejáveis após a administração da dose de reforço, dos quais 79,6% correspondem à administração de Comirnaty e 20,4% a Spikevax, sendo que a maioria ocorreu em mulheres (79,4%). De todas as notificações recebidas, 209 foram consideradas graves, aponta o relatório.
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