Covid-19: Mais de 22.380 suspeitas de reações adversas às vacinas registadas em Portugal

22.387 suspeitas de reações adversas às vacinas foram registadas em Portugal até final de janeiro e houve 126 casos de morte comunicados em idosos, sem que esteja demonstrada a relação causa-efeito.

Covid-19: Mais de 22.380 suspeitas de reações adversas às vacinas registadas em Portugal

Mais de 22.380 suspeitas de reações adversas às vacinas contra a covid-19 foram registadas em Portugal até final do mês passado. E houve 126 casos de morte comunicados em idosos, sem que esteja demonstrada a relação causa-efeito, segundo o Infarmed. De acordo com o último relatório, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, até ao dia 31 de janeiro foram notificadas 22.387 reações adversas (uma por cada 1.000 vacinas administradas). 7.164 das quais consideradas graves. Mas o Infarmed insiste que “as reações adversas às vacinas contra a covid-19 são pouco frequentes. Com cerca de um caso em mil inoculações”. Um valor que se tem mantido estável ao longo do tempo.

LEIA DEPOIS
Mais de 100 profissionais do hospital de Leiria em isolamento

A maior parte das reações adversas (11.451) são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech (Comirnaty). Seguindo-se a da AstraZeneca (Vaxzevria), com 6.222, a da Moderna (Spikevax), com 2.703, e a da Janssen, com 1.890 casos. O Infarmed sublinha, contudo, que estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas”. Uma vez que foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e “em períodos e contextos epidemiológicos distintos”. No total, foram contabilizadas até ao final de janeiro 22.173.522 doses administradas. Entre as 7.164 reações adversas consideradas graves contam-se 126 casos de morte entre pessoas com uma média de 77 anos de idade.

A maior parte das reações adversas (11.451) são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech (Comirnaty)

“Estes acontecimentos não podem ser considerados relacionados com uma vacina contra a COVID-19. Apenas porque foram notificados de forma espontânea ao Sistema Nacional de Farmacovigilância. Na grande maioria dos casos notificados em que há informação sobre história clínica e medicação concomitante, um resultado adverso fatal pode ser explicado pelos antecedentes clínicos do doente e/ou outros tratamentos. Sendo as causas de morte diversas e sem apresentação de um padrão homogéneo”, escreve o Infarmed. A autoridade do medicamento insiste ainda: “A vacinação contra a Covid-19 não reduzirá as mortes provocadas por outras causas. Por exemplo, problemas de saúde não relacionados com a administração de uma vacina. Pelo que durante as campanhas de vacinação é expectável que as mortes por outras causas continuem a ocorrer. Por vezes em estreita associação temporal com a vacinação, e sem que necessariamente haja qualquer relação com a vacinação”.

 “A vacinação contra a Covid-19 não reduzirá as mortes provocadas por outras causas”

O relatório acrescenta ainda que, dos casos de reações adversas classificados como graves, “cerca de 85% dizem respeito a situações de incapacidade temporária (incluindo o absentismo laboral)”. Das reações adversas graves, o relatório diz que 4.317 (19,3%) foram classificadas como clinicamente importantes. 1.751 (7,8%) provocaram alguma incapacidade, 757 (3,4%) precisaram de hospitalização, 213 (1%) representaram risco de vida e 126 (0,5%) resultaram em morte. Por grupo etário, o que mais casos de efeitos adversos graves registou foi o dos 25 aos 49 anos (3.312 casos). Aquele que teve também o maior número de vacinas administradas (6.959.575).

Existe maior preponderância de reações adversas por parte do género feminino

No que se refere à distribuição por género, o relatório do Infarmed dá conta de uma maior preponderância de notificação de reações adversas por parte do género feminino. A tendência normal de notificação para qualquer outro medicamento. “Pensa-se que isto possa dever-se a uma maior atenção das mulheres à sua saúde. Bem como ao seu maior interesse por temáticas da área da saúde e bem-estar”, diz a autoridade do medicamento. As 10 reações mais notificadas referem-se a casos de pirexia/febre (5.036), cefaleia/dor de cabeça (4.992) e mialgia (dor muscular (4.623). Seguidas de dor no local da injeção (4.118), calafrios (2.554), fadiga (2.552), náusea (1.842) e artralgia/dor articular (1.577).

Foram ainda registados casos de dor generalizada (1.532), mal-estar geral (1.355), tonturas (1.300), dor nas extremidades corporais (1.224), linfadenopatia/aumento de volume dos gânglios linfáticos (1.018), vómitos (969) e astenia/fraqueza orgânica (952). “Na maioria dos casos, o desconforto causado por estas reações resolve em poucas horas ou dias. Sem necessidade de intervenção médica, e sem sequelas”, refere o relatório.

 

Impala Instagram


RELACIONADOS