Covid-19: Moscovo e São Petersburgo registam recordes diários de mortes

A Rússia, em luta contra a variante Delta da covid-19, anunciou hoje novos recordes diários de mortes nas suas duas maiores cidades, Moscovo (124 mortes) e São Petersburgo (110).

Covid-19: Moscovo e São Petersburgo registam recordes diários de mortes

Segundo dados oficiais, Moscovo contabilizou 124 mortes e São Petersburgo 110 nas últimas 24 horas, superando os recordes que as duas cidades já tinham batido no fim de semana.

São Petersburgo, no norte, está sob pressão como sede dos encontros do Euro2020 de futebol, mas os organizadores garantem que os quartos-de-final vão ali decorrer na sexta-feira, entre os vencedores do jogos França-Suíça e Croácia-Espanha.

A Rússia, um dos países mais devastados pela pandemia da covid-19, tem sido atingida há algumas semanas pela variante Delta, descoberta pela primeira vez na Índia, considerada mais contagiosa e que está a causar preocupação no mundo inteiro.

Em todo o país, 21.650 novos casos foram contabilizados, de acordo com os dados divulgados hoje, e 611 pessoas morreram.

Segundo o presidente da câmara municipal de Moscovo, Sergei Sobyanin, quase 2.000 pessoas são hospitalizadas diariamente por causa da covid-19 na capital e 75% das camas estão ocupadas.

“Na semana passada, batemos recordes de internamentos, pessoas em unidades de cuidados intensivos e número de óbitos”, observou, citado pela agência Ria Novosti.

Na tentativa de conter a pandemia, Moscovo restabeleceu o teletrabalho para pelo menos 30% dos empregados não vacinados, instaurou a vacinação obrigatória dos trabalhadores de serviços e a criação de um passe sanitário para poder ir a restaurantes, que entrou hoje em vigor.

Tal como na primavera de 2020, o confinamento geral não está previsto para Moscovo, cidade de mais de 12 milhões de habitantes, a fim de preservar a economia.

Em São Petersburgo, apesar da degradação da saúde, “os quartos-de-final vão decorrer como planeado”, disse à agência France-Presse o serviço de imprensa do comité organizador do Euro2020 na cidade.

Um porta-voz da UEFA afirmou que a situação “não muda absolutamente nada para as equipas” e que “não foi planeado mudar o local do jogo”.

As autoridades russas afirmam, desde o início da competição, que todas as medidas de saúde foram tomadas, mas as autoridades finlandesas expressaram preocupação na quinta-feira passada, após a deteção de quase uma centena de casos entre os apoiantes que regressavam de São Petersburgo.

O distanciamento e o uso de máscaras são medidas algo incertas na cidade, como no resto do país, num momento em que a vacinação se arrasta.

Diante da variante Delta, mais de 10 regiões da Rússia, incluindo Moscovo, introduziram a vacinação obrigatória para certas categorias da população.

Isto porque a campanha de imunização está atrasada desde dezembro, num cenário de desconfiança generalizada do público nas vacinas russas e apesar dos repetidos apelos do Presidente russo, Vladimir Putin.

Porém, “a procura por vacinas aumentou” nos últimos dias, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sem fornecer mais detalhes.

Apenas 21,8 milhões de pessoas em 146 milhões de habitantes receberam pelo menos uma dose, segundo dados recolhidos hoje do ‘website’ Gogov, que agrega dados regionais e da imprensa por falta de estatísticas nacionais oficiais.

Com 133.893 mortes contabilizadas pelo Governo, a Rússia é o país europeu com mais vítimas mortais.

A agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla de mortes relacionadas com a covid-19, contabilizou cerca de 270.000 mortes no final de abril deste ano.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.925.816 de vítimas em todo o mundo, resultantes de 181.026.547 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

 

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