Pneumonia matou mais em Portugal desde 1 de janeiro do que a covid-19
O Movimento Doentes pela Vacinação (Mova) alertou hoje para uma quebra acentuada da vacinação contra doenças graves, como a pneumonia, que matou desde 1 de janeiro mais 996 pessoas do que a covid-19.
Em Portugal, desde que a covid-19, em 16 de março de 2020, fez a primeira vítima mortal, outras 1.355 pessoas morreram, num total hoje anunciado pelas autoridades de Saúde de 1356. Em média, registaram-se 18,8 óbitos diários. Com a média de 16 mortes por dia, a pneumonia matou, desde o início do ano, 2.352 portugueses, mais 996 do que os vitimados pela infeção do novo coronavírus, mas «o medo e a falta de conhecimento sobre as consequências dramáticas que podem advir deste absentismo [não vacinação] são as principais causas para esta quebra na taxa de vacinação», afirma o Movimento Doentes pela Vacinação (MOVA), em comunicado.
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Número de mortes por pneumonia «pode aumentar exponencialmente»
«Para que o número de mortes não aumente, é fundamental que se retomem práticas de prevenção», apela o MOVA, referindo que as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) foram para que se cumprisse o Plano Nacional de Vacinação. De acordo com o movimento, urge recuperar o tempo perdido e preparar uma eventual segunda vaga da pandemia, «apostando na robustez do sistema imunitário de quem está mais fragilizado», como pessoas com mais de 65 anos e doentes crónicos. «A pneumonia mata em média 16 pessoas por dia, no nosso país. Caso a população não retome rapidamente rotinas como a vacinação contra doenças graves, este número pode aumentar exponencialmente», lê-se no documento.
Pneumonia responsável por 43,4% das mortes por doenças do aparelho respiratório
O MOVA, que se apresenta como um movimento de cidadania, entende que deve ser reforçada a importância da prevenção de outras doenças potencialmente fatais que podem evitar-se por vacinação, como é o caso da pneumonia, e reuniu recentemente a sua estrutura para trabalhar os pressupostos de cartas a enviar ao Ministério da Saúde, ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, à Direção-geral da Saúde e ao Programa Nacional para as Doenças Respiratórias. O movimento defende que é urgente uma comunicação assertiva por parte das autoridades no sentido de «explicar à população os riscos» no decréscimo das taxas de vacinação.
Em 2018, a pneumonia foi responsável por 43,4% das mortes por doenças do aparelho respiratório, 5,1% do total de óbitos em Portugal, de acordo com os números inscritos no comunicado. «A maioria poderia ter sido evitada através de imunização», acrescenta o MOVA. Portugal contabiliza 1.356 mortos associados à covid-19 em 31.292 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
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