Covid-19: Portugal integra projeto europeu sobre o impacto da pandemia na saúde mental
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e o Centro de Trauma/CES da Universidade de Coimbra estão a desenvolver, em Portugal, um estudo europeu sobre a adaptação e a resiliência das populações à atual pandemia.
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e o Centro de Trauma/CES da Universidade de Coimbra estão a desenvolver, em Portugal, um estudo europeu sobre a adaptação e a resiliência das populações à atual pandemia.
Segundo a FMUP, o projeto, intitulado “COVID-19: Stress, Adaptação e Trauma – Um estudo pan-europeu”, tem o objetivo de perceber qual o impacto que a infeção pelo novo coronavírus está a ter na saúde mental.
“Todos estamos conscientes do impacto da Covid-19 nas nossas vidas, tanto a nível pessoal, familiar, profissional e social”, esclarece, em comunicado, Margarida Figueiredo-Braga, uma das duas coordenadoras do projeto no país.
A investigadora da FMUP explica que fatores como o isolamento social, a perda de emprego, o risco de infeção e a preocupação com a saúde de familiares e amigos são realidades difíceis de encarar.
“É uma variedade tão complexa de desafios que pode levar a dificuldades de adaptação e sintomas de stress, ansiedade e, eventualmente, trauma psicológico”, acrescenta.
A primeira fase do projeto pressupõe a realização de um inquérito ‘online’, em que os participantes são convidados a responder, de forma anónima, a um conjunto de questões relacionadas com as mudanças provocadas pela pandemia.
Os resultados compilados nos diferentes países servirão de base para “analisar os processos de adaptação das populações num contexto potencialmente traumático”.
De acordo com Margarida Braga, importa “identificar quais as mudanças comportamentais que serviram para minimizar ou agravar os riscos e o stress associados”.
No final do projeto, os investigadores esperam compreender, a nível nacional e internacional, “quais os fatores que nos permitem resistir e adaptar-nos, ou quais os riscos que o sistema de saúde, os dirigentes e nós mesmos temos de vigiar para manter a saúde mental”, lê-se no protocolo do estudo, entretanto publicado na revista internacional European Journal of Psychotraumatology.
Resultante de uma colaboração entre 11 países europeus, o projeto está a ser coordenado a nível central pela Sociedade Europeia para o Estudo do Stress Traumático (ESTSS). Além de Portugal (através da FMUP e do Centro de Trauma/CES da Universidade de Coimbra), participam no mesmo estudo Áustria, Croácia, Geórgia, Alemanha, Itália, Lituânia, Holanda, Noruega, Polónia e Suécia.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 971.677 mortos e mais de 31,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.928 pessoas dos 70.465 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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