Deltacron: aquilo que se sabe sobre a nova variante híbrida do coronavírus
Já foram detetados em diversos países casos de Deltacron, a nova, e desconhecida para muitos, variante do coronavírus.
Acabam de ser detetados dois casos da variante Deltacron no Brasil. Existem também relatos de 43 casos em França, Dinamarca e Países Baixos. E ainda mais dois nos Estados Unidos da América. Números mais do que suficientes para que muitos fiquem alarmados com a nova variante híbrida do coronavírus. Mas afinal, o que é isto da Deltacron? Esta é a primeira pergunta que passa pela cabeça de muitos.
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Trata-se de um vírus que contém caraterísticas tanto da variante Ómicron como da Delta. “Surgem quando mais de uma variante infeta e replica-se na mesma pessoa, nas mesas células”, explica Lawrence Young, virologista da Universidade de Warwick, em Inglaterra, em declarações ao The Guardian. Até ao momento, a nova variante é conhecida no meio científico como AY.4/BA.1, algo que, de acordo com o The New York Times, deverá mudar em breve. É salientado ainda que estamos perante uma variante extremamente rara que existirá, pelo menos, desde janeiro de 2022. Por sua vez, Maria Van Kerkhove, diretora técnica da Organização Mundial de Saúde, fez saber, numa conferência de imprensa, que esta nova variante não é uma surpresa para o organismo. “Era algo esperado pois há uma intensa circulação das duas variantes”, disse.
Motivo para preocupação?
A segunda questão que passa pela cabeça das pessoas é a necessidade de uma preocupação adicional com a nova variante. Em conversa com o The New York Times, Etienne Simon-Loriere, virologista do Instituto Pasteur, salienta que não estamos perante uma “preocupação nova”. Referindo ainda que o genoma da nova variante sugere que não deveremos estar perante uma nova fase da pandemia de coronavírus. Até porque as defesas que as pessoas adquiriram contra a Ómicron – através de infeção, vacinação ou ambos – deverá funcionar contra a Deltacron.
Isto porque o gene que codifica a proteína spike da Deltacron é muito semelhante ao da Ómicron, que é a variante de maior dominância a nível mundial. O resto do genona é da variante Delta. “A superfície do vírus é bastante idêntica ao da Ómicron. Então o corpo irá reconhece-la tão bem quanto a Ómicron”, conclui Etienne Simon-Loriere.
Texto: Bruno Seruca
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