Dezenas de músicos juntos em Lisboa para lembrar Sara Tavares
Dezasseis cantores vão juntar-se aos músicos e à equipa que acompanhava a música Sara Tavares para um concerto no dia 19 de novembro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para celebrar e homenagear a artista.
Em comunicado, a organização do evento intitulado “Coisas Bunitas” revelou que vão estar presentes Ana Moura, Capicua, Carlão, Dino D’Santiago, Djodje, Ivandro, Luiz Caracol, Lura, Miroca Paris, Nancy Vieira, Nenny, Richie Campbell, Samuel Úria, Selma Uamusse, Slow J e Toty Sa’Med, para além dos músicos e da equipa que trabalhava com Sara Tavares, que morreu no ano passado.
“Para dar continuidade a tudo o que a Sara Tavares representa, está a ser desenvolvido o projeto ‘Casa Saracotiar’ (a Casa Sara Tavares) que, um dia, queremos que seja física e na cidade de Lisboa; um lugar onde se continuará a desenvolver e a dar a conhecer mais de perto a Sara Tavares, a sua história, a sua música, o seu legado e que irá continuar a criar pontes, oportunidades, a apoiar e inspirar novos artistas, nas mais diversas formas de arte, através de ações desenvolvidas para o efeito”, pode ler-se no comunicado, no qual é indicado que todos os lucros do evento vão reverter para este projeto.
Os bilhetes já estão à venda, por preços entre 10 e 50 euros. A cantora portuguesa Sara Tavares, diagnosticada com um tumor cerebral, morreu em 19 de novembro do ano passado aos 45 anos, em Lisboa. Sara Tavares, que nasceu em Lisboa em 1978, deu-se a conhecer ainda adolescente nos anos 1990 no concurso televisivo de talentos “Chuva de Estrelas”, da SIC, a interpretar um tema de Whitney Houston.
Pouco depois venceu o Festival RTP da Canção de 1994 com “Chamar as Música”, tema de Rosa Lobato de Faria e João Oliveira, e com o qual obteve o oitavo lugar no Festival Eurovisão da Canção por Portugal. Dois anos depois, em 1996, Sara Tavares estreou-se com o álbum “Sara Tavares & Shout!”.
Nas duas décadas seguintes, Sara Tavares editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para “Balancê” (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação as prémios BBC Radio 3 World Music. Em 2011, recebeu Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional “Xinti”, título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.
Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, “Fitxadu” (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga entre os convidados. Na altura da morte, foram inúmeras as reações, do setor e fora dele, que lembraram a cantora como um “ser de luz”.
Siga a Impala no Instagram