Ensaio clínico britânico conclui que hidroxicloroquina não tem efeitos benéficos
A hidroxicloroquina não demonstra efeitos benéficos nos doentes com covid-19, de acordo com os autores do ensaio clínico Recovery, que anunciaram o fim imediato do tratamento de novos pacientes com esse medicamento.
A hidroxicloroquina não demonstra efeitos benéficos nos doentes com covid-19, de acordo com os autores do ensaio clínico britânico Recovery, que anunciaram hoje o fim imediato do tratamento de novos pacientes com esse medicamento, adiantou a agência AFP.
O Recovery, o primeiro ensaio clínico de grande dimensão a divulgar resultados, foi um dos poucos a não suspender os testes com hidroxicloroquina depois de um estudo controverso publicado na revista científica Lancet, que acabou por ser retirado, apontar a ineficácia, senão mesmo um efeito negativo, da molécula no tratamento destes doentes.
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Depois de uma análise aos primeiros resultados, os autores do ensaio britânico afirmaram ter concluído “que não há efeito benéfico da hidroxicloroquina nos pacientes internados com covid-19”.
“Decidimos, por isso, pôr fim ao recrutamento de participantes para o ramo hidroxicloroquina do ensaio Recovery, com efeitos imediatos”, acrescentaram.
Explicaram ainda que decidiram tornar públicos os resultados preliminares, porque “têm consequências significativas para o tratamento dos doentes e para a saúde pública”.
Ensaio controlado e aleatório
O Recovery é um ensaio clínico controlado e aleatório, o método científico considerado mais eficaz para testar medicamentos. Está a ser desenvolvido no Reino Unido em mais de 11 mil pacientes de 175 hospitais para avaliar a eficácia de vários tratamentos contra a covid-19.
Os testes relacionados com outras hipóteses de tratamento continuam.
O ramo hidroxicloroquina envolveu 1.542 pacientes que receberam a molécula, que compararam com outros 3.132 doentes que receberam o tratamento ‘standard’.
Os investigadores concluíram que não existe diferença significativa entre os dois grupos nem no que diz respeito à mortalidade a 28 dias, nem no tempo de hospitalização.
“É dececionante que o tratamento seja ineficaz mas isso permite-nos concentrar nos tratamentos e medicamentos mais promissores”, comentou Peter Horby, o investigador principal do ensaio.
Depois de o tratamento ter sido prescrito de forma massiva em vários país, apesar da “ausência de informação fiável”, os resultados “devem mudar as práticas médicas em todo o mundo e provar a importância de ensaios aleatórios de larga escala para permitir a tomada de decisões sobre a eficácia e inocuidade dos tratamentos”, acrescentou o seu adjunto Martin Landray.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse na quinta-feira que Portugal vai manter uma posição “cautelosa” e não vai recomendar o uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, isto depois de a OMS ter anunciado que retomou os testes.
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