Feira do Livro de Frankfurt debate conflitos internacionais com programa dedicado a política
A 76.ª edição da Feira do Livro de Frankfurt, que arranca na quarta-feira, conta com um programa centrado em temas políticos, incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia e o conflito no Médio Oriente.
O maior encontro mundial do setor editorial decorre sob o mote “Ler, refletir e relacionar”. Mais de quatro mil editores vão apresentar as suas novas publicações que vão do romance, à poesia, passando pela banda desenhada ou literatura infantil.
Mais de meia centena de editoras portuguesas vão estar presentes na feira, este ano com um ‘stand’ de Portugal “mais confortável e espaçoso”, segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).
De acordo com um comunicado da APEL, divulgado no fim de setembro, são 60 as marcas editoriais representadas, entre as quais 11×17, 5 Sentidos, Albatroz, Areal, Arteplural, Assírio & Alvim, Aurora, Bertrand, BIIS, Camões & Companhia, Casa das Letras, Casa Sasseti, Chá das Cinco, Contraponto, Livros Legais, Cultura Editora, Desrotina, D. Quixote, Edições ASA, Saída de Emergência, Exclamação, Livros do Brasil, Pergaminho, Caminho, Presença, ETEP, FCA, Fundação de Serralves, Gailivro, Gestão Plus, Ideias de Ler, Instituto Piaget e Jacarandá.
O autor Francisco Sousa Lobo vai também participar na feira, enquanto vencedor da nona edição da Residência Literária em Berlim.
Um dos espaços de destaque é a nova área dedicada ao género Jovem Adulto, com mais de 8 mil metros quadrados. Autores como Jane S. Wonda vão poder encontrar-se com os seus leitores, assim como várias editoras queer vão marcar presença.
Ainda como forma de atrair o público mais jovem, a feira abre as portas, no fim de semana, aos fãs de manga, banda desenhada e ‘cosplay’.
Esta edição da Frankfurter Buchmesse dá também destaque às questões sociopolíticas atuais organizando um programa com nomes internacionais do mundo académico, cultural e político.
“Pela primeira vez, os eventos estão a ser reunidos num programa especialmente criado para esse fim, o Frankfurt Calling — perspetivas sobre cultura e política”, pode ler-se na página oficial do evento que, no ano passado, já foi alvo de críticas por ter sido palco do cancelamento da entrega de um prémio à palestiniana Adania Shibli.
“Vão ser exploradas as perspetivas globais sobre questões importantes, como democracia, direitos humanos, inteligência artificial, mudanças climáticas e educação. Os painéis, leituras e performances também vão abordar outros tópicos, incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia, o conflito no Médio Oriente e as reações a ele, o feminismo negro e a ascensão global do populismo”, refere a organização.
A integrar este programa, no primeiro dia, haverá um encontro entre o historiador israelita e autor Yuval Noah Harari e o filósofo japonês e cético do capitalismo Kohei Saito. Os dois vão debater a questão “A reinicialização do sistema é a única maneira de ter um futuro que valha a pena viver”.
A feira está focada no negócio entre empresas, com um centro de agentes separado com mais de 500 lugares para o comércio de licenças e direitos de livros. Além disso, haverá uma área para jogos digitais e espaços dedicados ao segmento áudio, com uma “discoteca silenciosa”.
Durante os cinco dias da feira, cerca de mil autores vão ler e assinar livros em 15 palcos. A ministra da Cultura da Alemanha, Claudia Roth, vai marcar presença na cerimónia de inauguração, bem como o homólogo italiano Alessandro Giuli, a representar o país convidado deste ano. Itália vai estar representada por 90 autores.
No dia 17, vai haver um Porto de Honra no ‘stand’ de Portugal, com a presença da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, de acordo com a APEL.
A Feira do Livro de Frankfurt começa a 16 de outubro e termina no dia 20.
JYD (AL) // TDI
By Impala News / Lusa
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