Governo responde nas próximas semanas à oposição sobre o referendo na Catalunha

O Governo espanhol deve responder à oposição a mais de uma dúzia de perguntas sobre a questão da independência na Catalunha em menos de 24 horas, nas próximas sessões das duas câmaras parlamentares.

Governo responde nas próximas semanas à oposição sobre o referendo na Catalunha

O Governo espanhol deve responder à oposição a mais de uma dúzia de perguntas sobre a questão da independência na Catalunha em menos de 24 horas, nas próximas sessões das duas câmaras parlamentares.

O executivo liderado por Mariano Rajoy, deve ser questionado sobre a questão catalã no Congresso (câmara baixa) e no senado (câmara alta) antes do referendo marcado pelo Governo autónomo da Catalunha para o próximo domingo (01 de outubro), consulta que foi suspensa pelo Tribunal Constitucional.

O primeiro-ministro estará em viagem aos Estados Unidos, e serão os ministros que se submeterão às perguntas dos deputados e senadores, adianta a Efe.

As primeiras questões serão formuladas na tarde da próxima terça-feira no Senado, nomeadamente pela Esquerda Republicana de Catalunya – “Esquerda Republicana da Catalunha” (ERC), Unidos Podemos e o Partido Nacional Basco (PNV).

Uma semana depois, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) optou por não apresentar quaisquer perguntas em ambas as câmaras sobre esta questão, para a qual propôs a constituição de uma comissão parlamentar sobre o modelo territorial, que começará a funcionar em breve.

No Senado, o porta-voz dos Unidos Podemos, Ramón Espinar, tentará saber se o Governo “já encontrou uma solução política para a Catalunha” e, por seu lado Sara Mercé, do Catalunya sí que es pot — “Catalunha é possível” – (CSQP) vai estar interessada em saber porque é que “o Governo está a desmantelar o autogoverno e autonomia da Generalitat da Catalunha sem um debate parlamentar”.

Pilar Garrido, dos Unidos Podemos, perguntará se o executivo acredita que “o atual quadro legal para o exercício das liberdades básicas e dos direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e o direito de reunião, fortalece os valores de um Estado de Direito”.

Do ERC, Elisenda Perez pedirá ao Governo que a esclareça “se conhece os motivos pelos quais uma grande parte dos cidadãos da Catalunha quer se tornar independente”, enquanto Joaquim Ayats, também do ERC questionará sobre o impacto económico da independência da região autónoma.

A pergunta do porta-voz do PNV, Jokin Bildarratz, questionará sobre o que o executivo pretende fazer “para mudar seu desempenho negativo e, a partir do diálogo, procurar uma solução de compromisso para o conflito nacional catalão”.

Além disso, a sessão plenária discutirá uma interpelação da senadora Laura Castel, do ERC, que quer saber qual a “resposta do Governo, do ponto de vista democrático, para a maioria do povo da Catalunha”.

Seis perguntas e uma interpelação no total, às quais serão adicionadas cinco outras questões e três interpelações no Congresso, que debaterá em seguida o conflito catalão.

Na ausência do primeiro-ministro, a vice-primeiro-ministra, Soraya Sáenz de Santamaría, deve responder a duas perguntas dos partidos Cidadãos e Unidos Podemos, sobre a crise independentista.

O líder dos Cidadãos, Albert Rivera, pedirá a Sáenz de Santamaría que explique a sua posição sobre a situação na Catalunha, enquanto a porta-voz dos Unidos Podemos, Irene Montero, perguntará se pode garantir que as “estruturas policiais paralelas” foram usadas, em sua opinião, para atacar as forças políticas catalãs e a oposição no resto da Espanha.

Gabriel Rufián, da ERC, que esteve envolvido em duros confrontos com o Governo, interrogará se o Governo planeia levar a cabo qualquer ação para evitar novas detenções de cargos políticos na Catalunha.

Juan Antonio Delgado, deputado dos Unidos Podemos e que é guarda civil, perguntará ao ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, o que o Governo está fazer para proteger a imagem e o prestígio dos trabalhadores destacados na Catalunha.

Também sobre a Guarda Civil e a Polícia Nacional, será questionado o ministro pelo vice-presidente do PNV, Mikel Legarda. “Quanto tempo pretende manter a Guarda Civil e a Polícia Nacional destacadas noutros locais, como uma exceção?”, é a questão que colocará Legarda ao governnate.

A estas cinco perguntas somam-se três outras questões: do Partido Demócrata Europeo Catalán (PDeCAT), sobre as “decisões graves” contra o direito “legítimo e democrático” dos catalães de decidir; do agrupamento En Comú Podem-Guanyem [“Em Conjunto Podemos Ganhar”] que questionará sobre a “estratégia de medo” do Governo contra a “exigência maioritária” dos catalães para decidir o estatuto da Catalunha em referendo; e o ERC, que interrogará sobre as ações para evitar o desejo dos catalães em “exercer o seu direito de decidir”.

 

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