Ministra da Saúde prevê «agravamento» de hospitalizações

A ministra da Saúde, Marta Temido, participou numa conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal.

Ministra da Saúde prevê «agravamento» de hospitalizações

A ministra da Saúde, Marta Temido, participou nesta sexta-feira numa conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal. “O país tem conseguido manter a situação epidemiológica controlada”, começou por dizer. “No final de novembro, face a um crescimento do risco de transmissão, foram adotadas medidas”, lembra, como o reforço do uso de máscaras, reforço da testagem, controlo de fronteiras e obrigatoriedade de certificados de testagem e/ou testes em determinados espaços.

Outra das medidas vai o reforço da campanha de vacinação: até ontem tinham sido administradas 2,2 milhões de doses de reforço, sendo que 80% das pessoas com mais de 80 anos já foram inoculados. Entre os 65 e os 79 anos, a percentagem situa-se nos 70%. As vacinas de reforço “permitiram inverter a tendência do risco efetivo de transmissão, que se mantinha acima de 1 desde meados de outubro”. Ainda assim, lembrou que a nova variante Ómicron é uma “nova dificuldade”.

Ómicron poderá atingir 80% de prevalência dentro de duas semanas

Marta Temido diz que foram já registados 69 casos de Ómicron em Portugal, no entanto, indicou, cálculos com base nas amostras mostram que a prevalência “ronda já os 20%”, podendo ser de “50% na semana do Natal e de 80% na semana do final do ano”. “Sabemos que é mais transmissível do que a Delta, a variante predominante até à data”, referiu, para depois mencionar a duplicação de casos de um a dois dias na África do Sul, de dois a três dias na Dinamarca e no Reino Unido. Face a Portugal, o tempo estimado é “de dois dias”.

“Sabemos que há uma aparente menor gravidade da doença e da consequente letalidade, sabemos ainda que há uma aparente diminuição da efetividade vacinal após o esquema primário”, referiu ainda. “A efetividade vacinal contra a infecção sintomática após a administração da dose de reforço estimada ainda em 70 a 75%”, continuou, falando do ainda “efeito protetor das vacinas”.

«Arranha-céus de casos»

Olhando para Reino Unido e Dinamarca, “vemos que o tradicional formato de evolução da curva da incidência é substituído por uma parede de casos, quase um arranha-céus de casos”, acrescenta. “Os próximos dias vão ser decisivos para percebermos o impacto desta nova variante e a resposta proporcional com a qual nos comprometemos”, disse, lembrando que se a variante se transmite mais, cada um de nós tem de fazer mais. “Mais uso de máscara, mais testes, mais vacinação, mais controlo de fronteiras. Todos temos de estar preparados para fazer mais”, alerta.

Contratadas mais 400 camas

Marta Temido admitiu que “a utilização de serviços de saúde começa a ressentir-se, com uma procura mais intensa”. Os níveis são ainda “estáveis”, mas prevê-se “um agravamento”. Neste sentido, foram já estabelecidos “contatos com os setores privado, social e militar” para o reforço da disponibilidade. Temido lembrou que foram contratadas “mais de 400 camas na semana passada”. “Esperamos não ter necessidade de pedir mais meios, de não cancelar mais atividades, o São João reativou uma zona de contentores, e temos de estar preparados para este efeito: muito mais casos com menor gravidade, mas com maior afluxo aos serviços”, apontou.

Governo pondera aumentar o número de testes gratuitos por pessoa

O número de testes gratuitos disponíveis por pessoa pode aumentar, admite Temido, face às recomendações mais recentes e ao expectável aumento da procura. “Será um alargamento que será possível e equacionável no contexto do que estamos a acompanhar”, continua a ministra. Até agora, a comparticipação tem estado limitada ao máximo de quatro testes por mês e por utente.

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