Morreu Maria Teresa Gomes Ferreira, antiga diretora do Museu Gulbenkian
A conservadora Maria Teresa Gomes Ferreira, que dirigiu o Museu Calouste Gulbenkian durante quase trinta anos, morreu na quinta-feira em Lisboa aos 96 anos.
A conservadora Maria Teresa Gomes Ferreira, que dirigiu o Museu Calouste Gulbenkian durante quase 30 anos, morreu na quinta-feira em Lisboa aos 96 anos, revela fonte da Fundação Calouste Gulbenkian. A ligação de Maria Teresa Gomes Ferreira à museologia começou pelo Museu Nacional de Arte Antiga, sob a direção do historiador de arte Jorge Couto, antes de ingressar, em 1956, na Fundação Calouste Gulbenkian. Foi nesta fundação que, enquanto conservadora, participou no programa de instalação do Museu Calouste Gulbenkian e assumiu a direção, desde a inauguração, em 1969, até ao ano em que se jubilou, em 1998.
Segundo a fundação, Maria Teresa Gomes Ferreira especializou-se em artes decorativas francesas e foi responsável por parte da coleção dedicada a René Lalique. A conservadora também presidiu, na década de 1990, ao comité internacional de artes decorativas do Conselho Internacional de Museus (ICOM). Na página oficial, a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, lamentou a morte de uma “figura maior da museologia portuguesa” e afirmou que o legado da conservadora “ainda hoje permanece vivo”. Em nota de imprensa, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, lamentou a morte da conservadora, sublinhando que “será recordada pela sua dedicação e ação em prol dos museus portugueses”.
Maria Teresa Gomes Ferreira faria 97 anos em outubro
Maria Teresa Monteiro de Andrade e Sousa Gomes Ferreira nasceu em Lisboa no dia 12 de outubro de 1925. Licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, iniciou a sua carreira museológica no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), sob orientação de João Couto, então diretor da instituição.
Em 1956, ingressou na Fundação Calouste Gulbenkian, dando continuidade, enquanto conservadora, ao programa de instalação do Museu Calouste Gulbenkian em sede definitiva, iniciado pela sua antecessora Maria José de Mendonça. Procedeu, na mesma altura, ao inventário e deslocação das obras de arte da Coleção Gulbenkian de Paris para Portugal. Na década de 1960, foi também responsável pelas primeiras apresentações da Coleção Gulbenkian no nosso país, no MNAA (1961), no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto (1964) e no Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras (1965).
A sua área de especialidade centrou-se nas artes decorativas francesas, tendo sido responsável pelos setores de Mobiliário, Ourivesaria e Objetos de René Lalique da Coleção Gulbenkian. Foi curadora de diversas exposições, como a exposição evocativa dos 25 anos da Fundação Calouste Gulbenkian.
Internacionalmente, colaborou em diversas exposições retrospetivas da obra de Lalique, na Europa e nos Estados Unidos da América. Foi autora, entre outros, do catálogo René Lalique: Jóias (1997). Presidiu, na década de 1990, ao Comité Internacional de Artes Decorativas do International Council of Museums (ICOM). Dirigiu o Museu Calouste Gulbenkian desde a sua inauguração, em 1969, até 1998, ano em que se jubilou.
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