Número de incêndios reduzido em mais de metade em seis anos

Portugal reduziu em mais de metade os incêndios florestais em seis anos, conseguindo evitar cerca de 60 mil, segundo a Agência para Gestão Integrada de Fogos Rurais que hoje lança uma nova campanha para diminuir ainda mais estes números.

Número de incêndios reduzido em mais de metade em seis anos

Depois da campanha ‘Portugal Chama’, que funcionou entre 2019 e 2023, a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) lança agora uma nova campanha, que vai prolongar-se até 2026, e mantém a marca ‘Portugal Chama’, mas pretende destacar que “a prevenção começa” em cada um dos portugueses.

“Entre 2019 e 2023 evitámos qualquer coisa como 60 mil incêndios, porque é diferença somada de todos os incêndios que estimamos que aconteciam se não tivesse havido campanhas, dissuasão e vigilância”, disse o presidente da AGIF.

Segundo Tiago Oliveira, deflagravam em Portugal uma média de 20.000 fogos por ano antes de 2019 e no ano passado ocorreram 7.000, significando que se conseguiu reduzir em mais de metade o número de incêndios devido à estratégia adotada. O responsável afirmou que a primeira campanha “Portugal Chama” conseguiu “alterar muitos dos comportamentos dos portugueses”.

“Só que ainda há 7.000 incêndios por ano, dos quais a maioria já são intencionais”, frisou, sublinhando que tem de existir agora “um tratamento específico: ou trabalho policial ou também de trabalho de sensibilização de proximidade”. O presidente da AGIF especificou que o incendiarismo é a principal causa de incêndios no verão atualmente.

“E isso tem que ser objeto de tratamento da polícia, tem que ser objeto de políticas para a saúde mental, de políticas que reduzam o consumo do álcool, porque sabemos que muito dos incêndios começam por pessoas com problemas de adição e outras questões de isolamento e sociais”, disse.

Tiago Oliveira explicou que a nova campanha vai distribuir materiais como canetas e calendários e divulgar conteúdos em outdoors, publicidade na rádio, jornais e televisões para chegar “a um público-alvo mais específico, desde a pessoa de idade, ao jovem e até ao que usa o fogo inadvertidamente”.

A nova campanha pretende também sensibilizar para os incêndios de origem acidental, nomeadamente com máquinas agrícolas. “Temos tido pouco eficácia em reduzir esses incêndios. Só conseguimos reduzir em 12% e, em particular na região do Alentejo e do Médio Tejo”, precisou.

Em contrapartida, realçou, Portugal conseguiu “reduzir muito o número de incêndios que começavam por queimas e queimadas”. A apresentação da nova campanha “Portugal Chama 2024-2026” vai contar com várias agentes da proteção civil, como a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, GNR, Polícia Judiciária e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

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