Obra obriga a descarregar águas residuais no mar em Macau
Uma “obra inevitável” na ETAR vai obrigar a descarregar, a partir de segunda-feira, “muitos metros cúbicos” de águas residuais nas zonas costeiras de Macau, disse hoje o secretário para os Transportes e Obras Públicas.
Uma “obra inevitável” na ETAR vai obrigar a descarregar, a partir de segunda-feira, “muitos metros cúbicos” de águas residuais nas zonas costeiras de Macau, disse hoje o secretário para os Transportes e Obras Públicas.
A “ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] já tem 20 ou 30 anos e o coletor [de descarga de efluentes] está completamente danificado e tem de ser substituído. Esta obra tem de ser feita, este coletor se não for substituído hoje, seria substituído no próximo ano. É uma coisa indesejável, mas tem de ser”, afirmou Raimundo do Rosário.
“É inevitável, faremos o possível para que seja feito no menor espaço de tempo. [Mas] durante o período de execução da obra, as águas residuais não serão tratadas e serão descarregadas. O que fazemos é descarregar por vários sítios em vez de concentrar tudo num ponto”, disse, à margem de uma reunião da comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública da Assembleia Legislativa.
O secretário explicou que nesses locais haverá um controlo da qualidade da água, e se for ultrapassado determinado limite, o descarregamento será dividido ainda por mais pontos. “No fundo é dividir o mal pelas aldeias (…) Por muito que a gente minimize, é mau”, admitiu.
Questionado sobre a possibilidade de armazenar as águas residuais durante o período de duração da obra, Raimundo do Rosário indicou que tal não é possível por se tratar de uma quantidade muito elevada.
“Não temos reservatórios para isso. São muitos metros cúbicos, não há possibilidade de armazenar nem uma hora, nem duas horas, é muita quantidade”, afirmou.
Inicialmente planeada para durar três dias, a obra na ETAR deverá estar concluída num prazo menor, tendo sido pedida autorização ao chefe do executivo para que os trabalhos possam ser contínuos e prolongados, numa situação de exceção à lei do ruído, que impede a realização de obras fora do período diurno estipulado.
Ainda assim, o governante não soube dizer quanto tempo será necessário para substituir a conduta. “Quem viver naquela zona fará um sacrifício”, disse, indicando que as Obras Públicas tentarão realizar os trabalhos mais ruidosos durante o dia.
Raimundo do Rosário reafirmou que, salvo esta exceção, as águas residuais de Macau são sempre tratadas, mas admitiu incidentes “pontuais” e tratamentos “menos adequados”.
“Não afasto a possibilidade de pontualmente, numa ocasião ou noutra, haver uma avaria. Mas numa estação normal isso não pode acontecer. O que pode acontecer é ser escoado com um tratamento mais ou menos adequado, mas diretamente para o mar não”, disse.
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