Óscar de Melhor Documentário premeia filme sobre Alexei Navalny e oposição a Putin
Navalny, o filme de Daniel Roher dedicado ao opositor russo Alexei Navalny, venceu o Óscar de Melhor Documentário, na 95.ª edição dos prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos
Daniel Roher, acompanhado pela equipa e pela mulher de Alexei Navalny, Julia Navalnaya, quando recebeu o Óscar, recordou a condição do prisioneiro que se opõe a Putin e que condena a invasão da Ucrânia, afirmando que “nunca devemos temer fazer frente aos ditadores”. Julia Navalnaya disse que o marido “está preso por defender a democracia e por sonhar a liberdade” e o dia em que a Rússia será livre. Roher dedicou o prémio a Navalny e “a todos os presos políticos” do mundo.
Leia depois
Óscares: Ice Merchants não faz história e não traz prémio para Portugal
Ice Merchants já conquistou mais de 50 prémios mas não conseguiu fazer história e trazer o Óscar de Melhor Curta Metragem de Animação para Portugal (… continue a ler aqui)
O documentário segue a história de Alexei Navalny, quando foi hospitalizado em estado grave, em agosto de 2020, com suspeita de envenenamento, durante um voo da cidade siberiana de Tomsk para Moscovo. O avião fez uma aterragem de emergência em Omsk, na Sibéria, devido ao agravamento do seu estado de saúde. Dois dias depois, as autoridades russas autorizaram a sua transferência para a Alemanha, onde foi tratado na clínica universitária Charité de Berlim, durante 32 dias, por envenenamento por agentes neurotóxicos. Após ter passado algum tempo na Alemanha, regressou à Rússia em janeiro de 2021, mas foi detido ao chegar a Moscovo. O advogado e político, cujo nome Putin evita pronunciar, cumpre atualmente uma pena de nove anos de prisão por uma alegada fraude.
Na passada sexta-feira, o Conselho da Europa renovou o apelo à Rússia para que liberte Alexei Navalny e acate as decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos relacionadas com o caso. Os outros candidatos a Melhor Documentário eram All That Breathes, de Shaunak Sen, Toda a Beleza e a Carnificina, de Laura Poitras, sobre Nan Golding (que venceu o Leão de Ouro de Veneza no ano passado), Fire of Love, de Sara Dosa, e A House Made of Splinters, de Simon Lereng Wilmont.
O Óscar de Melhor Curta-Metragem foi para An Irish Goodbye, de Tom Berkeley e Ross White. O filme alemão A Oeste Nada de Novo, também candidato a Melhor Filme Internacional, venceu o Óscar de Melhor Fotografia. O Óscar de Melhor Caracterização foi para A Baleia e o de Melhor Guarda-Roupa para Black Panther: Wakanda Para Sempre.
Os Óscares celebram esta noite a 95.ª edição, no Dolby Theatre, em Los Angeles, numa cerimónia em que Ice Merchants, do português João Gonzalez, estava também nomeado para Melhor Curta-Metragem de Animação, prémio que acabou por não conquistar. Ice Merchants foi o primeiro filme português nomeado para os Óscares de Hollywood.
Este ano, Tudo ao Mesmo Tempo em Todo o Lado, uma produção independente de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, lidera a corrida, com 11 nomeações, congregando as de Melhor Filme e Realização, assim como as categorias de representação. Para o Óscar de Melhor Filme, estão também nomeados Os Espíritos de Inisherin (Martin McDonagh), Os Fablemans (Steven Spielberg), Tár (Todd Field), A Oeste Nada de Novo (Edward Berger), Top Gun: Maverick (Joseph Kosinski), Elvis (Baz Luhrmann), Avatar: O Caminho da Água (James Cameron), A Voz das Mulheres (Sarah Polley) e Triângulo da Tristeza (Ruben Ostlund).
Siga a Impala no Instagram