Realizador francês Nicolas Bedos julgado em Paris por agressão e assédio sexual

O realizador francês Nicolas Bedos vai ser julgado em Paris por agressão sexual e assédio, crimes que ocorreram alegadamente em dois momentos diferentes e que envolvem duas mulheres, adiantou hoje a sua advogada de defesa.

Realizador francês Nicolas Bedos julgado em Paris por agressão e assédio sexual

Filho do comediante Guy Bedos, Nicolas Bedos transformou a elite do cinema francês, desde Jean Dujardin (“OSS117: Alerta Vermelho na África Negra”) a Isabelle Adjani (“Mascarade”), incluindo Guillaume Canet e Fanny Ardant.

Nicolas Bedos deve comparecer em tribunal em 26 de setembro do próximo ano, por “agressão sexual” em Paris, entre 11 e 12 de maio de 2023, a Emma G., “uma pessoa em estado de evidente intoxicação”, de acordo com os procuradores.

Também vai ser julgado por “assédio sexual” a uma segunda mulher, Clémence A., cometido entre 14 e 15 de junho de 2018 em Paris, refere a acusação, citada pela agência France-Presse (AFP).

A advogada Julia Minkowski explicou que tomou a iniciativa de divulgar este julgamento “para evitar que inverdades inaceitáveis sejam novamente divulgadas em torno deste processo”.

De acordo com a advogada, os factos alegados são “um beijo no pescoço de uma mulher numa discoteca em maio de 2023” e “assédio sexual, por outro lado, contra uma mulher que descreve, durante também uma noite de junho de 2018, em casa de um amigo em comum, comportamento insistente e ofensivo pelo qual Nicolas Bedos se desculpou na altura”.

Segundo fonte próxima ao caso, Emma G. denunciou um beijo não consensual no pescoço e o facto do ator e realizador a ter agarrado à força pela cintura.

Por outro lado, “foi decidido o arquivamento do processo por prescrição” relativamente a factos denunciados por outras duas mulheres, divulgou o Ministério Público francês.

Acusado de toques por uma mulher de 25 anos, em junho de 2023, o ator também já tinha sido intimado pela justiça em fevereiro, por agressão sexual enquanto estava bêbado.

O cinema francês já tinha sido abalado pelo caso de Gérard Depardieu, ícone nacional, acusado de violação, em 2020, e contra quem foi apresentada uma segunda queixa por agressão sexual por factos prescritos em 2007.

No início de dezembro, o canal público de televisão France 2 transmitiu um vídeo filmado há cinco anos em que o ator, que rejeita as acusações, multiplica comentários misóginos e insultuosos ao dirigir-se às mulheres, não poupando uma jovem aos seus comentários obscenos.

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