Redes sociais serão cada vez mais dominantes na distribuição de conteúdos

As redes sociais vão aumentar o seu domínio na distribuição de notícias, segundo um relatório do observatório Iberifier, que conclui que os media terão que adaptar as suas estratégias num cenário de “saturação de informação”.

Redes sociais serão cada vez mais dominantes na distribuição de conteúdos

Esta é uma das tendências traçadas para 2025/2030 num estudo do Observatório Ibérico de Media Digitais e da Desinformação (Iberifier), a partir de entrevistas a 71 peritos sobre 16 áreas – da IA às novas narrativas, das redes sociais à ‘big data’ – que resultaram num texto síntese, submetido depois à opinião de 101 diretores e responsáveis de media de Portugal e Espanha.

Os media, lê-se no estudo, terão de adaptar as suas estratégias de comunicação “a um contexto de alteração de algoritmos e de saturação de informação, mais radical que nunca”. Miguel Crespo, jornalista e investigador do observatório, afirmou que o consumo de notícias ou conteúdos é cada vez mais fragmentado, multicanal, o que não está diretamente relacionado com a IA.

É uma tendência que tem vindo a desenvolver-se “desde que há Internet, que aumentou exponencialmente com as redes sociais e que, com a personalização das plataformas e que inteligência artificial vai ajudar ainda mais, esse conteúdo será cada vez mais multicanal”. “Leio uma informação num ‘site’, vejo um TikTok, vejo no Instagram, vejo no X com televisão, ouço rádio e tudo isto é cada vez mais misturado”, descreve.

O que acontece nestes consumos de redes sociais, mas não só, acrescenta, há cada vez “mais vídeos curtos, vídeos verticais, porque a maior parte dos consumos são feitos no telemóvel”. Estes “vídeos verticais” são uma evolução recente com o TikTok, que “veio quase destruir a narrativa audiovisual que o Instagram criou de coisas muito elaboradas para vídeos muito curtos, vídeos com lógicas explicativas, com um tom mais natural, mais acessível e sem uma construção da realidade com filtros”, explicou.

O Iberifier é um projeto que visa combater a desinformação e integra 23 centros de investigação e universidades ibéricas, as agências noticiosas portuguesa, Lusa, e espanhola, EFE, e ‘fact checkers’ como o Polígrafo e Prova dos Factos – Público, de Portugal, e Maldita.es e Efe Verifica, de Espanha.

O observatório produziu um relatório de análise das tendências e inovações do ecossistema mediático em Portugal e Espanha 2025/2030, que hoje é divulgado, e conclui que os media vão passar pela ‘revolução’ da IA, que vai exigir fazer mais verificação (‘fact checking’) no combate à desinformação.

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