Covid-19. Mulher do primeiro-ministro de Israel acusada de violar confinamento
A mulher do primeiro-ministro israelita foi acusada de violar o confinamento imposto no país devido à pandemia de covid-19 ao receber um cabeleireiro na residência oficial para a preparar para um vídeo público de defesa do uso de máscaras.
A mulher do primeiro-ministro israelita foi acusada de violar o confinamento imposto no país devido à pandemia de covid-19 ao receber um cabeleireiro na residência oficial para a preparar para um vídeo público de defesa do uso de máscaras.
O incidente, relatado pela primeira vez pelo diário Yediot Ahronot, foi o mais recente de uma série de violações ao confinamento por líderes israelitas e figuras públicas, que está a provocar críticas generalizadas e a minar a confiança do público no Governo.
Segundo o Yediot, Sara Netanyahu recebeu a visita de um cabeleireiro na véspera do festival de Sucot, também conhecido como Festa dos Tabernáculos ou Festa das Colheitas, e que teve início em 02 de outubro.
Os cabeleireiros e barbearias de Israel estão fechados desde o mês passado, na sequência do confinamento nacional imposto pelo Governo para conter a disseminação da pandemia de covid-19, que determina também que as pessoas devem manter-se a menos de 1000 metros de casa, exceto para cumprir atividades essenciais.
O casal Netanyahu tem sido várias vezes criticado por desfrutar de um estilo de vida luxuoso, fora do alcance da maioria dos israelitas, tendo Sara Netanyahu sido já multada por usar dinheiro público para comprar objetos extravagantes de uso pessoal e por comportamento abusivo em relação à sua equipa pessoal.
Um comunicado oficial divulgado em resposta à notícia do Yediot Ahronot referiu que Sara Netanyahu estava a cumprir estritamente as regras relativas à contenção do coronavírus, incluindo manter-se em casa e usar máscara na residência oficial.
Como figura pública que ia fazer um vídeo informativo, Sara Netanyahu considerou ter o direito de contratar os serviços de um cabeleireiro, adiantou no comunicado, em que acrescenta que ambos usaram máscara e luvas e que foi pedido ao cabeleireiro que se abstivesse de conversar.
Segundo o jornal, o primeiro-ministro tem direito a este tipo serviços enquanto funcionário público, mas a sua mulher não tem.
Um israelita comum pagaria uma multa de 500 shekel (cerca de 127 euros) por violar a restrição.
Nos últimos meses, o primeiro-ministro tem sido alvo de várias manifestações que pedem a sua demissão por estar a ser julgado por corrupção e pela resposta do seu Governo à pandemia do novo coronavírus.
Os israelitas também têm protestado contra diversos casos recentes em que altos funcionários do Estado e respetivos familiares violaram as ordens de confinamento.
Tanto Netanyahu como o Presidente, Reuven Rivlin, reconheceram ter hospedado familiares indevidamente durante os feriados da Páscoa, na primavera passada.
Uma das ministras do Governo de Netanyahu, Gila Gamliel, também gerou protestos esta semana, quando se soube que viajou, na semana passada, para a cidade de Tiberíades para passar o dia sagrado do Yom Kipur, e que contraiu o coronavírus.
Israel regista, há meses, uma das mais altas taxas de infeção do mundo e esta semana atingiu mais de 9.000 casos diários.
O país acumulou quase 266.000 infeções desde o início da pandemia e mais de 1.700 mortes, sendo que mais de metade das infeções e um terço das mortes foram registadas no último mês.
A pandemia de covid-19 já provocou cerca de um milhão e cinquenta mil mortos e mais de 35,5 milhões ddoença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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