Passes de maio em Lisboa são apenas um quinto dos vendidos em janeiro

Os títulos de transporte vendidos em maio, período em que começou o desconfinamento, representam apenas 20% em relação ao nível das vendas dos meses anteriores à pandemia, de acordo com dados provisórios da Área Metropolitana de Lisboa.

Passes de maio em Lisboa são apenas um quinto dos vendidos em janeiro

Os títulos de transporte vendidos em maio, período em que começou o desconfinamento, representam apenas 20% em relação ao nível das vendas dos meses anteriores à pandemia, de acordo com dados provisórios da Área Metropolitana de Lisboa. Mesmo assim, esta percentagem foi superior à do mês de abril, período no qual as receitas obtidas com títulos de transporte foram apenas de 9%, quando comparadas com os números mensais de janeiro e de fevereiro, antes do estado de emergência.

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Nos primeiros dois meses o nível de vendas rondava os 800 mil passes

“A nossa expectativa para o mês de maio era que pudesse andar entre os 20% e os 25% e, portanto, quase tudo indica que se confirmará um valor um pouco acima dos 20%. [Estamos a falar] do valor global [ferrovia, rodovia, fluvial e metro]”, disse Carlos Humberto, primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML), a autoridade metropolitana dos transportes.

Nos dois primeiros meses do ano o nível de vendas mensais rondava quase 800 mil passes e este mês os títulos vendidos andam à volta dos 160 mil, adiantou.

“O que consideramos é que isto vai ser uma alteração paulatina e que, mesmo se tudo correr com normalidade daqui para a frente, se não houver mais nenhuma vaga de vírus, tudo com normalidade, dificilmente chegaremos ao fim do ano com os valores do início do ano”, acrescentou.

Desde o início deste mês, voltou a ser feita a validação de títulos nos transportes públicos e também há mais fiscalização, depois de um período em que, por questões de segurança no contexto da pandemia de covid-19, os passes não necessitavam de ser validados a bordo.

Carlos Humberto reconheceu que agora existem “alguns receios das pessoas”, um menor nível de atividade económica e de emprego e, entretanto, “voltou-se a andar de carro”.

As queixas relativamente aos meios de transporte são “frequentes” e “permanentes”, mas as reclamações dos utentes que a AML tem recebido recentemente são sobretudo relativas ao transporte rodoviário, relacionadas com a sobrecarga de passageiros e também com carreiras cortadas que ainda não foram repostas.

“As informações que temos é que vai continuar a haver ajustes na oferta nos transportes rodoviários”, afirmou, salientando que as empresas se comprometeram a fazer reforços e ajustamentos “no curto prazo, de dias”.

Quanto à sobrelotação, alertou que “é evidente que nos transportes coletivos a questão do distanciamento, aquilo que se chama de distanciamento social, não é possível”.

“Só em veículos, sejam eles quais forem, que vão semivazios [é que poderá ser possível], porque esse distanciamento não é possível. Por isso é que quem decidiu sobre estas matérias tomou um conjunto de medidas complementares. Não se limitou a dizer a referência do distanciamento. Falou na higienização, falou na necessidade de toda a gente usar máscaras, falou que os trabalhadores têm de ter materiais de proteção individual e determinou um conjunto de medidas que se complementam entre si”, disse.

“Se todas estas medidas forem tomadas, aumenta-se com algum significado as condições de segurança” nos transportes públicos, considerou.

AML vai lançar campanha em meados de maio

A partir de meados de maio, a AML vai lançar a campanha de sensibilização “Seguramente Andar de Transportes”, com foco nas questões de segurança.

“A ideia que temos é que os operadores estão a cumprir com aquilo que estava estabelecido. Vão passar a prestar uma informação mais intensa aos passageiros das medidas que estão a tomar do ponto de vista da higienização das viaturas e da ventilação”, disse.

Apesar de as receitas dos títulos de transporte terem descido, os operadores continuaram, contudo, a receber o total das verbas atribuídas pela AML, provenientes do Orçamento do Estado e dos municípios, “como se estivessem a ser vendidos quase os 800 mil passes”, e ainda a parcela gerida diretamente pelo Estado para cofinanciamento de passes escolares e do passe social.

“Grosso modo, e para o global dos operadores, não estamos a falar de operador a operador, calculamos que isto possa andar à volta dos 50% da receita [anterior à pandemia]. Um bocadinho mais nuns casos, um bocadinho menos noutros casos, mas à volta de 50%”, disse.

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