Deputada de Macau reclama melhorias na Internet do território

A deputada de Macau Angela Leong criticou a “lentidão” e “elevadas tarifas” da Internet e pediu a cobertura total da rede “wifi” na região, em articulação com a criação de uma cidade inteligente anunciada na semana passada pelo governo.

Deputada de Macau reclama melhorias na Internet do território

A deputada de Macau Angela Leong criticou hoje a “lentidão” e “elevadas tarifas” da Internet e pediu a cobertura total da rede “wifi” na região, em articulação com a criação de uma cidade inteligente anunciada na semana passada pelo governo.

Numa intervenção antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa, Angela Leong lembrou que o Governo de Macau assinou um acordo-quadro com o grupo chinês Alibaba que prevê o estabelecimento de um centro de computação em nuvem e de uma plataforma de megadados para a criação de uma cidade inteligente.

“Sendo Macau um centro mundial de turismo e de lazer, a cobertura da rede ‘WiFi Go’ deve ser total”, disse.

Angela Leong defendeu também o acesso “a preços módicos e de forma rápida e estável” a todos os residentes, visitantes e pequenas e médias empresas “aos serviços básicos de internet, e a sua articulação com os megadados e a cloud do Governo, como base para a diversificação da economia e suporte para a construção de uma cidade inteligente”.

Um relatório de uma auditoria de resultados, divulgado em fevereiro, revelou que o serviço de Internet sem fios disponibilizado pelo Governo de Macau tem “problemas evidentes” no planeamento, operação e fiscalização, ficando aquém das expectativas e expondo desperdício do erário público.

Segundo o relatório da auditoria realizada entre janeiro e maio de 2016, o sistema gratuito de banda larga sem fios designado por ‘WiFi GO’ falhou logo na etapa do planeamento.

Este sistema foi criado em setembro de 2010 pela antiga Direção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT), e os pontos de acesso foram alargados faseadamente.

Uma avaria no ‘software’ da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) registada em abril passado durante cerca de quatro horas, deixou sem Internet cerca de 30.000 clientes, segundo dados fornecidos pela própria empresa. Este foi o mais recente ‘apagão’ no que diz respeito à Internet no território.

“Havendo suporte técnico avançado, a primeira coisa a fazer é verificar quais são as nossas insuficiências”, disse Angela Leong.

“Quanto à instabilidade e lentidão da rede e às altas tarifas, o Governo deve acelerar a otimização da política sobre os serviços de internet, através da definição de um sistema para a construção de uma cidade moderna inteligente com o qual as empresas de telecomunicações devem articular-se”, adiantou.

Para Angela Leong, “só através desta inversão é que a nova era tecnológica da internet pode ser generalizada e aplicada nas pequenas e médias empresas e, especialmente, nas microempresas”.

“Caso contrário, nesta onda de crescimento económico impulsionado pelas tecnologias de rede, Macau ficará atrasada em relação a outras cidades do Interior da China”, disse.

O acordo-quadro de cooperação firmado pelo Governo de Macau com a Alibaba Cloud, sociedade filiada do gigante chinês, que figura como “a maior fornecedora de serviços em nuvem na China” e assume “uma posição de liderança em termos internacionais”, prestando serviços, a governos e empresas, “espalhados por mais de 200 países e regiões”.

Ao abrigo do acordo-quadro, a cooperação divide-se em duas fases e vai desenrolar-se ao longo de quatro anos.

A primeira — até junho de 2019 — prevê a criação de um centro de computação em nuvem e de uma plataforma de megadados e o início gradual de projetos de utilização dos mesmos em seis domínios: promoção do turismo, formação de talentos, gestão do trânsito, serviços de assistência médica, gestão integrada urbana e prestação de serviços urbanos integrados e tecnologia financeira.

A segunda etapa — de julho de 2019 a junho de 2021 — compreende o aperfeiçoamento do centro de computação em nuvem (conjunto de servidores remotos alojados na internet para armazenar, gerir e processar dados em vez dos servidores locais ou de computadores pessoais) e da plataforma de megadados, abrangendo outras áreas como proteção ambiental, passagem fronteiriça e previsões económicas.

 

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