Absentismo e falta de trabalhadores qualificados limitaram turismo em Cabo Verde
O absentismo e a dificuldade em encontrar trabalhadores qualificados foram os principais obstáculos ao desenvolvimento normal da atividade do turismo em Cabo Verde no segundo trimestre, onde o ritmo de crescimento económico aumentou.
No inquérito de conjuntura aos agentes económicos, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cabo-verdiano concluiu que no segundo trimestre o indicador de confiança situou-se acima da média da série, tendo atingido um valor superior relativamente ao mesmo período do ano 2023, revelando que a conjuntura económica é favorável.
“Este diagnóstico conjuntural favorável resulta da síntese das apreciações transmitidas pelos empresários do comércio em estabelecimento, do turismo, da construção, e dos transportes e serviços auxiliares aos transportes”, sustentou o INE.
No turismo, setor que representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a conjuntura é favorável, numa melhoria provocada por três variáveis: atividade atual, perspetiva de atividade e perspetiva de emprego.
Os empresários do setor indicaram que a dificuldade em encontrar pessoal com formação e o absentismo foram os principais obstáculos ao desenvolvimento normal da atividade das suas empresas no primeiro trimestre deste ano.
Os estabelecimentos hoteleiros de Cabo Verde bateram o recorde de hóspedes em 2023, ultrapassando o total de um milhão: o ano fechou com 1.010.739 hóspedes, segundo o INE.
Na construção civil, outro setor importante para a economia do país, entre abril e junho a conjuntura também foi favorável, numa evolução motivada pela carteira de encomenda atual, perspetiva de atividade e perspetiva de emprego.
Excesso de burocracia e regulamentações estatais, dificuldade na obtenção de crédito bancário e nível elevado da taxa de juro foram os principais constrangimentos deste setor no segundo trimestre de 2024.
No comércio em estabelecimento, o indicador teve uma evolução positiva, graças ao comportamento positivo de duas variáveis: atividade atual e perspetiva de atividade.
A confiança dos empresários dos transportes e serviços auxiliares aos transportes também aumentou no segundo trimestre, graças às variáveis perspetiva de atividade e perspetiva de emprego.
Em sentido contrário, o comércio em feira registou uma conjuntura desfavorável no segundo trimestre, afetado pelas variáveis vendas e perspetiva de encomendas.
A conjuntura foi igualmente desfavorável na indústria transformadora, por causa do comportamento negativo de duas variáveis; produção atual, e perspetiva de produção, face ao trimestre homólogo.
Neste setor, o excesso de interferências e regulamentações estatais, falta de matéria-prima e elevado absentismo do pessoal ao serviço foram as principais causas das dificuldades sentidas pelos empresários.
RIPE // JMC
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram