Estrada onde ocorreu derrocada na ilha Terceira encerrada por tempo indeterminado
A estrada onde ocorreu uma derrocada, no domingo, na ilha Terceira, nos Açores, vai continuar encerrada até que seja encontrada uma solução para assegurar a estabilidade da encosta, revelou o diretor regional das Obras Públicas.
“Para já a informação que conseguimos adiantar é que vamos manter a estrada fechada por questões de segurança. Ainda está muito instável e um bocadinho inseguro”, afirmou o diretor regional das Obras Públicas dos Açores, Pedro Azevedo. No domingo, às 07:19 locais (08:19 em Lisboa), foi registado um sismo com magnitude 4,5 na escala de Richter e epicentro a cerca de um quilómetro a nor-noroeste (NNW) da freguesia da Serreta, na ilha Terceira.
Segundo o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), “logo após o abalo houve o registo de uma derrocada na estrada regional na freguesia do Raminho, que obstruiu a via”. O troço entre o Cabo do Raminho e a Mata da Serreta foi desobstruído no próprio dia, mas “considerando a instabilidade da encosta” foi decidido mantê-lo encerrado até que fosse efetuada uma avaliação do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC).
Os técnicos do LREC estiveram no local, na segunda-feira, e “antes do final desta semana” a direção regional das Obras Públicas conta receber o relatório da vistoria. Só depois deverão ser estudadas as opções técnicas, mas deverá ser necessária uma “obra de alguma dimensão”, por isso o diretor regional não avançou com uma “data estimada” para a reabertura da estrada.
A direção regional das Obras Públicas ainda terá de enviar técnicos especialistas ao local para estudar melhor o problema, mas as soluções poderão passar pela colocação de redes na encosta ou pela criação de um muro de suporte na berma da estrada. Pedro Azevedo visitou hoje o local e constatou que continuam a cair pedras.
“Tecnicamente, percebe-se que a zona está muito sensível. É uma zona de taludes, que tem muitos extratos rochosos e houve algumas fissuras. Ainda pode e vai estar em risco de caírem alguns elementos pesados”, explicou. A direção regional das Obras Públicas está a criar condições, em conjunto com a direção regional dos Recursos Florestais, para restabelecer um caminho florestal, que é utilizado como caminho alternativo.
Os autocarros não conseguem passar nesse caminho, por isso a ligação da zona oeste à cidade de Angra do Heroísmo é feita pelo interior da ilha. O sismo de 4,5 na escala de Richter, registado no domingo, foi o evento de maior magnitude desde o início da crise sismovulcânica em curso na ilha Terceira desde junho de 2022.
Segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), o abalo foi sentido com intensidade máxima VI, na escala de Mercalli Modificada, na zona oeste da Terceira, tendo sido sentido com menor intensidade no resto da ilha e em São Jorge.
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