Patrões aceitam estratégia do pós-2020, sindicatos preferem falar do presente
As confederações patronais anunciaram que subscrevem as prioridades do Governo para o próximo quadro comunitário de apoio, mas as centrais sindicais defenderam que, antes de falar do futuro, é preciso avaliar os problemas do presente.
As confederações patronais anunciaram hoje que subscrevem as prioridades do Governo para o próximo quadro comunitário de apoio, mas as centrais sindicais defenderam que, antes de falar do futuro, é preciso avaliar os problemas do presente.
As posições dos parceiros sociais foram conhecidas esta tarde, após uma audição da concertação social sobre os fundos comunitários pós 2020, onde estiveram presentes o primeiro-ministro, António Costa, e vários ministros.
À saída do encontro, o presidente da CIP — Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse que “o documento de reflexão” apresentado pelo Governo aos parceiros sociais tem a concordância da associação que lidera.
“Subscrevemos o documento” e “apoiamos o Governo nesta sua determinação em exigir a Bruxelas a manutenção da política de coesão”, disse António Saraiva aos jornalistas.
Para a CIP, o próximo quadro comunitário deverá ser focado em três grandes áreas: a qualificação dos recursos humanos, a inovação do tecido empresarial e o investimento, acrescentou António Saraiva.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Vieira Lopes, disse não ter “discordâncias de fundo” e que aceita “globalmente” o documento do Governo para o Pós-2020, mas defendeu que há pontos que devem ser “aprofundados”.
“Pensamos que é em torno do ordenamento do território que deve ser reestruturada a política económica portuguesa”, afirmou Vieira Lopes.
Do lado das centrais sindicais, tanto a CGTP como a UGT, defenderam que, antes da discussão da estratégia para os fundos comunitários para depois de 2020, é preciso olhar para a atual década.
“A preparação do futuro começa com a resposta aos problemas do presente”, como “o desequilíbrio das relações laborais, a acentuação das desigualdades e o empobrecimento”, declarou o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
Para o líder da CGTP, a criação de emprego com qualidade devia ser a prioridade do futuro quadro comunitário, mas “surge neste projeto num quadro secundarizado”.
Também a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, defendeu que há ainda “muito trabalho a fazer” até 2020.
“É fundamental que haja um aumento dos salários, uma política fiscal mais justa” e que o salário mínimo seja aumentado, considerou a presidente da central sindical, acrescentando, por outro lado, que “é importantíssimo a UGT fazer parte” da discussão sobre o próximo quadro comunitário de apoio.
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