PIB em Portugal cresce este ano 3,9%, Espanha 6,2% e Irlanda 7,2%
A Comissão Europeia manteve hoje as projeções para o ritmo de recuperação da economia portuguesa, estimando, tal como na primavera, um crescimento de 3,9% este ano e de 5,1% no próximo.
A Comissão Europeia manteve hoje as projeções para o ritmo de recuperação da economia portuguesa, estimando, tal como na primavera, um crescimento do PIB de 3,9% este ano e de 5,1% no próximo, apesar do agravamento da situação epidemiológica no país. Nas previsões económicas de verão, hoje publicadas, Bruxelas ‘repete’ para Portugal as projeções da primavera, divulgadas em 12 de maio, considerando que “a economia portuguesa está no bom caminho para uma boa recuperação a partir do segundo trimestre de 2021”, apesar de o ritmo da retoma ter sido atenuado pelo restabelecimento parcial de restrições temporárias em junho devido ao aumento de casos de covid-19.
O executivo comunitário estima, no entanto, que, depois de um recuo de 3,2% no primeiro trimestre do ano devido a um confinamento rigoroso, o Produto Interno Bruto (PIB) português terá crescido 3,3% no segundo trimestre e registará um novo aumento no terceiro trimestre, com o esperado aumento do turismo estrangeiro no país, ajudado pela campanha de vacinação na Europa e pelo lançamento do certificado digital covid-19 da UE. Estas previsões ficam ainda assim aquém das projeções do Governo, que confia num crescimento acima da sua própria previsão de 4% inscrita no Programa de Estabilidade, bem como da mais recente previsão do Banco de Portugal, que em 16 de junho reviu em alta as suas projeções, antecipando uma subida do PIB de 4,8% em 2021 e de 5,6% em 2022.
Bruxelas faz revisão em alta do PIB de Espanha para 6,2% em 2021
Nas previsões intercalares de verão divulgadas hoje em Bruxelas, o executivo comunitário estima que, depois de ser o Estado-membro com uma queda maior no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 (-10,8%), Espanha seja este ano uma das economias que mais vai crescer, impulsionada pela evolução da luta contra a pandemia de covid-19. A evolução de 6,2% do PIB espanhol em 2021 (mais três décimas de ponto percentual do que em maio) apenas é ultrapassada pela Roménia (7,4%), Irlanda (7,2%) e Hungria (6,3%).
Nas previsões para 2022, Bruxelas estima que a Espanha seja o Estado-membros com o maior crescimento da União Europeia, apesar de fazer uma revisão em baixa, para 6,3% (menos cinco décimas de ponto percentual do que nas anteriores). “Após o melhoria da situação sanitária, o rápido progresso na campanha de vacinação e no levantamento gradual das medidas de contenção, espera-se que o PIB real avance 2,0% no segundo trimestre e 3,1% no terceiro trimestre”, consideram os serviços da Comissão Europeia, concluindo que, “em base anual, o PIB real deverá expandir-se 6,2% em 2021 e 6,3% em 2022”.
A melhoria da evolução económica de Espanha segue a mesma linha do previsto pela maior parte das instituições. O Banco de Espanha também melhorou em junho as previsões de crescimento, indicando o mesmo número de Bruxelas para o corrente ano e 5,8% em 2022, menos otimista em cinco décimas do que o executivo comunitário. Nas previsões intercalares também é feita a revisão da inflação, que deverá ser de 2,1% em 2021 (1,4% na previsão de maio) e 1,4% em 2022 (1,1%).
Irlanda cresce 7,2% este ano, a maior expansão da zona euro
De acordo com as previsões de verão da CE, as perspetivas económicas da Irlanda estão sujeitas a riscos de abrandamento relacionados com potenciais alterações no ambiente fiscal internacional e com o impacto sobre o comércio dos desenvolvimentos na implementação do Protocolo sobre a Irlanda/Irlanda do Norte, mas o desempenho das empresas multinacionais poderá mais uma vez exceder as expectativas.
Depois de ter sido o único país da União Europeia (UE) com crescimento em 2020, as previsões da primavera da CE apontavam para expansões do Produto Interno Bruto (PIB) da Irlanda de 4,6% este ano e de 5% em 2022. Com esta revisão em alta, a Irlanda lidera o crescimento na zona euro este ano e só fica atrás da Roménia no âmbito da União Europeia.
“Espera-se que a recuperação do mercado de trabalho ganhe dinamismo quando os setores de serviços com grande intensidade de mão-de-obra forem totalmente reabertos, uma tendência já bem visível nas semanas observáveis de junho”, afirma Bruxelas, sublinhando que “o Governo alargou os esquemas de apoio ao rendimento até ao final do ano, embora seja provável que a sua utilização seja menor do que durante o auge da pandemia”, sublinha.
A CE recorda que o PIB real na Irlanda cresceu 7,8% no primeiro trimestre de 2021 face ao mesmo período de 2020, impulsionado por fortes volumes de exportação de empresas multinacionais, mas sublinha que “o desempenho da economia doméstica foi muito mais fraco devido a medidas rigorosas de contenção, com o consumo privado a diminuir 5%”.
A construção contraiu-se em quase um quinto a partir do quarto trimestre de 2020, pesando sobre o investimento total, e a queda do consumo e do investimento foi acompanhada por uma diminuição das importações, afirma a CE. Em relação à taxa de inflação na Irlanda, a CE prevê que esta suba para 1,5% em 2021 antes de descer para 1,2% em 2022. Em abril e maio, a inflação aumentou substancialmente na Irlanda, principalmente em resultado do aumento dos preços do petróleo.
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