Presidente da TotalEnergies diz ser “necessário” pôr em exploração novos campos
O presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, reiterou hoje na assembleia-geral de acionistas da petrolífera, na sede localizada em La Défense, Paris, que é “necessário” pôr em exploração “novos campos petrolíferos”, contrariando assim a pressão dos ativistas.
“A questão não é tanto saber quando é que a procura de petróleo vai começar a baixar, mas quando é que vai baixar mais de 4% ao ano”, afirmou o gestor, advertindo que, “nesta fase, a procura de petróleo continua a crescer, bem como a população mundial”.
O presidente da TotalEnergies alertou também para aqueles que têm uma posição contrária, que levaria a que os preços do petróleo subissem para “níveis excessivamente elevados que se tornariam rapidamente insuportáveis para as populações dos países emergentes, mas também para a população dos países desenvolvidos”.
Recentemente, Patrick Pouyanné, que também é o presidente executivo da TotalEnergies, criticou “a nova bíblia” em relação às recomendações da Agência Internacional de Energia (AIE), que proíbe todos os novos projetos de petróleo e gás.
Antes do início da assembleia-geral, ativistas da Greenpeace desenrolaram uma enorme faixa com a imagem de Patrick Pouyanné na qual se lia “procura-se”.
A faixa foi pendurada num edifício a algumas centenas de metros da sede do grupo, no bairro de La Defense, em Paris, procurando mostrar a ligação entre as políticas estratégicas da petrolífera e as alterações climáticas.
A polícia está em força no bairro empresarial e financeiro de La Défense, onde a quarta maior empresa petrolífera do mundo e a maior de França em termos de lucros, que celebra este ano o seu centenário, realiza a sua assembleia-geral anual.
Patrick Pouyanné deverá ser eleito nesta assembleia-geral para mais um mandato à frente da ‘gigante’ TotalEnergies.
A petrolífera, que tem atividade em Moçambique, informou que escolheu o seu edifício, uma torre de 48 andares, em vez de um outro local em Paris, para evitar “paralisar um bairro de Paris” — como aconteceu durante a tumultuosa assembleia-geral de 2023, que foi marcada por confrontos entre manifestantes e a polícia.
Um ano depois, a pressão não diminuiu. Nas ruas e nos tribunais, o grupo petrolífero continua debaixo de fogo, com os ativistas a acusarem-no de agravar o aquecimento global e prejudicar a biodiversidade e os Direitos Humanos através das suas atividades petrolíferas e na área do gás.
“Denunciamos a estratégia de expansão da TotalEnergies, que continua a ser orientada para o desenvolvimento de combustíveis fósseis, apesar da sua retórica ecológica”, disse à AFP Edina Ifticene, responsável pela luta contra a energia fóssil da Greenpeace.
Este argumento foi partilhado por mais de 300 cientistas, incluindo peritos nomeados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que assinaram um artigo de opinião no Le Monde descrevendo a estratégia da TotalEnergies como “climaticamente destrutiva”.
Na ordem de trabalhos da assembleia-geral, consta a votação da estratégia climática da TotalEnergies, sendo que alguns investidores pedem uma transição energética mais ambiciosa.
JS // CSJ
By Impala News / Lusa
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