A região do Norte perdeu mais de 135 mil habitantes numa década
A região Norte de Portugal perdeu, entre 2006 e 2016, mais de 135 mil habitantes, sendo que o saldo migratório negativo explica cerca de 83,3% desta perda populacional, conclui o relatório Norte Estrutura hoje divulgado.
A região Norte de Portugal perdeu, entre 2006 e 2016, mais de 135 mil habitantes, sendo que o saldo migratório negativo explica cerca de 83,3% desta perda populacional, conclui o relatório Norte Estrutura hoje divulgado.
“O declínio demográfico é uma tendência que tem vindo a generalizar-se a praticamente todo o território da região do Norte”, pode ler-se no documento elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
Segundo o relatório, que identifica as tendências que marcam a evolução económica na região a médio longo prazo, “a população residente da região do Norte atingiu o seu valor máximo em 2006, quase estabilizou em 2007 e diminuiu de forma mais acentuada desde então”.
“No final de 2006 residiam na região do Norte quase 3,72 milhões de pessoas” e, dez anos depois, esse número “era já inferior” a 3,59 milhões de indivíduos, sendo que, no mesmo período, a diferença entre nados-vivos e óbitos resultou numa perda de quase 22 mil residentes.
Comparando a diferença entre os comportamentos migratórios de saída e de entrada, o estudo conclui que, já desde o ano de 2003, a região observa saldos migratórios negativos, valor “particularmente acentuado” entre 2012 e 2014, em que a região perdeu “cerca de 16 mil residentes por ano, em termos médios”.
Nos dois anos mais recentes, a perda populacional na região do Norte motivada pelo saldo migratório foi menos acentuada, situando-se em valores próximos de 12 ou 13 mil pessoas ao ano.
Os dados mostram ainda “um progressivo agravamento do declínio demográfico na região”, com o Norte a perder 33 mil residentes entre 2006 e 2011, enquanto nos cinco anos seguintes, e até final de 2016, a perda populacional se cifrou em quase menos 103 mil residentes.
Por sub-regiões, os números apontam para quatro – Cávado, Ave, Área Metropolitana do Porto e Tâmega e Sousa — cuja população apresentou, ao longo da década, uma taxa média anual de crescimento natural positiva, “embora com valores muito pouco expressivos”.
“O Cávado destaca-se por ser, desde 2012, a única sub-região do Norte que ainda mantém um saldo natural positivo”, assinala o relatório, segundo o qual “todas as sub-regiões do Norte foram marcadas por uma tendência de declínio demográfico ao longo da década, exibindo por isso valores negativos para a taxa média anual de crescimento efetivo da população”.
Juntando as componentes natural e migratória, o estudo identificou nove municípios com crescimento efetivo da população entre 2006 e 2016, nomeadamente: cinco da Área Metropolitana do Porto (Maia, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia e Matosinhos); também o concelho de Braga; e ainda três municípios que formam um contínuo territorial divido entre o Tâmega e Sousa e o Ave (Paços de Ferreira, Vizela e Lousada).
“Entre 2011 e 2016, porém, apenas os municípios da Maia, Valongo e Paços de Ferreira viram crescer a respetiva população”, tendo Valongo registado mais 834 residentes, assinala.
Como resultado da dinâmica populacional regressiva, o Norte “apresenta-se com uma população crescentemente envelhecida” e, em 2016, residiam na região, em média, 146,4 pessoas com 65 ou mais anos por cada 100 jovens com menos de 15 anos de idade e apenas as regiões do Alentejo e do Centro contam com uma população mais envelhecida do que o Norte.
Siga a Impala no Instagram