Subutilização do trabalho corresponde a “praticamente o dobro” dos desempregados
A subutilização do trabalho abrangeu 903,3 mil pessoas no segundo trimestre deste ano, o que corresponde a “praticamente o dobro da população desempregada”, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.
A subutilização do trabalho abrangeu 903,3 mil pessoas no segundo trimestre deste ano, o que corresponde a “praticamente o dobro da população desempregada”, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o INE, no final do segundo trimestre de 2017, havia 461,4 mil pessoas desempregadas, o que se traduz numa taxa de desemprego de 8,8% da população ativa, mas estes números não dão uma imagem completa do estado atual do mercado de trabalho.
Por isso, o INE publicou hoje pela primeira vez um indicador que é suplementar aos indicadores do desemprego: a subutilização do trabalho, que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego e, com este novo indicador, chega-se a uma imagem mais ampla do mercado de trabalho.
Este novo indicador pretende dar “uma medida mais abrangente da subutilização do trabalho do que a medida, mais restrita, correspondente à taxa de desemprego” e é também complementado pela taxa de subutilização do trabalho, que mede a relação entre a subutilização do trabalho e a população ativa alargada.
Assim, no segundo trimestre deste ano, “a subutilização do trabalho abrangeu 903,3 mil pessoas e a taxa correspondente ascendeu a 16,6%”, segundo o INE, que acrescenta que “ambos os indicadores correspondem a praticamente o dobro da população desempregada e da taxa de desemprego”, uma relação que “tem vindo a aumentar”, já que “era de 1,6 e 1,5, em cada caso, no 1.º trimestre de 2011”.
Comparando com o trimestre anterior, a subutilização do trabalho diminuiu 8,4% (82,8 mil pessoas) e, comparando com o trimestre homólogo, verifica-se uma queda mais acentuada, de 13,7% (143,4 mil pessoas).
O INE detalha a subutilização do trabalho por componentes e conclui que o subemprego de trabalhadores a tempo parcial abrangeu 210,1 mil pessoas no segundo trimestre deste ano, o que representa uma queda de 4% face ao trimestre anterior e de 6,7% face ao mesmo trimestre do ano passado.
Já o número de inativos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar foi estimado em 27,2 mil, tendo aumentado 12,7% face ao primeiro trimestre de 2017 e 18,6% em relação ao segundo trimestre de 2016.
Finalmente, o número de inativos disponíveis mas que não procuram emprego foi estimado em 204,6 mil pessoas, uma redução de 6,6% em relação ao trimestre precedente e de 14,5% se comparado com o mesmo período do ano passado.
O INE apresenta também uma análise retrospetiva e conclui que este indicador da subutilização do trabalho em Portugal “tem descrito uma trajetória descendente e próxima da da população desempregada”, registando “decréscimos frequentes desde o segundo trimestre de 2013”.
Entre o primeiro trimestre de 2011 e o primeiro trimestre de 2013, “a população desempregada e a subutilização de trabalho aumentaram 37,7% e 38,5%, respetivamente (abrangendo 253,6 mil e 408,7 mil pessoas em cada caso)”.
Neste período, “a taxa de desemprego passou de 12,4% para 17,5% e a taxa de subutilização do trabalho de 18,9% para 26,4%”, segundo o INE.
No entanto, entre o primeiro trimestre de 2013 e o segundo trimestre de 2017, “a população desempregada e a subutilização do trabalho diminuíram 50,2% e 38,5%, respetivamente (abrangendo 465,4 mil e 566,3 mil pessoas)”, sendo que, neste período, “a taxa de desemprego passou de 17,5% para 8,8% e a taxa de subutilização do trabalho de 26,4% para 16,6%.”.
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