Wall Street encerra em baixa o pior trimestre desde o início da pandemia
A bolsa nova-iorquina encerrou esta sexta-feira em baixa. Este foi o pior trimestre de Wall Street desde o início da pandemia há dois anos, muito por força das perdas de janeiro e fevereiro, uma vez que março registou saldo positivo.
Wall Street encerra em baixa o pior trimestre desde o início da pandemia. Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,56%, para os 34.678,35 pontos, o alargado S&P500 recuou 1,57%, para as 4.530,41 unidades, e o tecnológico Nasdaq desceu 1,54%, para as 14.220,52.
Bolsa de Tóquio abre a perder 0,9%
A bolsa de Tóquio abriu em baixa, com o principal índice, o Nikkei, a perder 0,9%, para 27.570,31 pontos.
A evoluir em baixa desde o início das transações, a praça nova-iorquina acelerou as perdas com o aproximar do fim da sessão, o que foi atribuído pelos analistas aos resultados de última hora, com os investidores a ajustarem as suas carteiras antes do final do mês.
“O que hoje teve mais influência no mercado foi o facto de ser o último dia do trimestre, no qual houve uma importante rotação das ações para as obrigações”, apontou Karl Haeling, analista do LBBW.
Na quarta-feira, os analistas do JPMorgan estimaram que o peso médio das obrigações nas certeiras era de apenas 18%, o mais fraco desde 2008.
“Acabámos de viver um dos piores trimestres da história para as obrigações”, considerou Haeling, estimando, como os seus pares do JPMorgan, que o mercado obrigacionista poderia viver em breve uma recuperação.
Por outro lado, os investidores aproveitaram o fecho do trimestre para realizar ganhos, depois de duas semanas de ‘louca cavalgada’.
Contudo, no conjunto do trimestre, o S&P500 desvalorizou 4,94% e o Dow Jones 4,56%.
Neste contexto, o anúncio do presidente Joe Biden de libertar parte relevante das reservas estratégicas de petróleo dos EUA para responder à escalada dos preços do combustível acabou por ter um impacto reduzido.
A Casa Branca anunciou que vai colocar no mercado um milhão de barris por dia durante os próximos seis meses, uma quantidade inédita e superior a 180 milhões de barris, com o que espera contrariar a tendência altista dos preços agravada pela invasão russa da Ucrânia.
A decisão suscitou uma queda acentuada dos preços do barril de petróleo, “mas o impacto nos outros mercados foi limitado, porque todos sabem que é temporária”, relativizou Haeling.
Por outro lado, acrescentou, a decisão “não muda muito as previsões de inflação”.
Hoje, o afastamento entre as taxas das obrigações protegidas da inflação, designadas TIPS, e as dos clássicos títulos de dívida pública a 10 anos reduziu-se ligeiramente, mas permaneceu elevada, em máximos desde há um quarto de século.
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