Estudantes criam aplicação que indica lotação das praias
O projeto foi desenvolvido na Escola Secundária Serafim Leite, por estudantes de São João da Madeira que frequentam o 12.º ano do curso técnico-profissional de Programação.
Um grupo de estudantes de São João da Madeira criou em quatro dias uma aplicação telefónica que permitirá a utilizadores de 580 praias nacionais indicar os níveis de ocupação do areal, facilitando decisões a quem estiver em casa.
O projeto foi desenvolvido na Escola Secundária Serafim Leite, no referido concelho do distrito de Aveiro, e foi concretizado pelos alunos Bruno Dylan, Diogo Resende, Jorge Correia e Nuno Castro, do 12.º ano do curso técnico-profissional de Programação.
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Afinal, já pode ir à praia e dar um mergulho
A coordenação do trabalho coube à professora Fátima Pais, que explica que todas as etapas de conceção do aplicativo se verificaram remotamente, já que os alunos se mantêm com aulas à distância, e realça que o projeto foi concluído “em tempo recorde”, dado “o entusiasmo dos miúdos e uma dedicação incrível, que chegou a ser de 14 horas por dia”.
Já em processo de avaliação pela distribuidora de serviços digitais Google, que, no contexto atual da pandemia de covid-19, requer a validação do software por autoridades nacionais para garantia de que esse não viola direitos individuais, a ‘app’ será de utilização gratuita e chama-se “SandSpace” – expressão inglesa traduzível por “espaço de areia”.
Mapa abrange toda a costa continental e também os Açores e a Madeira
“Na base de tudo está o trabalho de pesquisa e georreferenciação de todas as praias marítimas e fluviais do país, com nome, localização por concelho e distrito, indicação de latitude e longitude, temperatura e velocidade do vento”, revela Fátima Pais à Lusa, referindo que esse mapa abrange toda a costa continental e também a dos arquipélagos dos Açores e Madeira.
A partir dessa base, as restantes funcionalidades dependem dos contributos de quem estiver nos areais porque serão os utilizadores de cada espaço balnear a fornecer à ‘app’ os dados sobre a sua ocupação humana, para que o software os converta num indicador gráfico em que o verde significa pouca densidade, o amarelo indica um número já considerável de banhistas e o vermelho traduz uma lotação limite.
Utilização de semáforo
Esse sistema tipo semáforo refletirá sempre a média de ocupação dos últimos 120 minutos e exibirá também qual o número de utilizadores que contribuiu para essa mesma média. Se o sinal for amarelo em resultado de 50 contributos, por exemplo, o aplicativo indica a que hora surgiram as indicações de praia verde e em que momento apareceram os dados de lotação vermelha, para que fique claro como essa densidade balnear evoluiu nas últimas duas horas.
O objetivo é que a aplicação “apresente sempre informação atualizada” aos utilizadores, sejam os que já estão a banhos ou aqueles que, em casa ou noutra localização, ainda querem avaliar as condições de afluência às praias mais próximas para decidir se vale a pena a viagem ou se é preferível escolher outro destino ou outra data.
Restrições sanitárias
Já apresentada na plataforma de vídeos YouTube com locução do estudante Tomás Toscano e edição do seu colega Vasco Pinto, a aplicação também lista as restrições legais impostas pela pandemia do vírus SARS-CoV-2 à presente época balnear, para que os utilizadores do software conheçam as restrições sanitárias em causa e sejam sensibilizados para o cumprimento das regras de distanciamento e etiqueta higiénica.
“É um projeto na lógica do ‘crowd power’ [poder da multidão] e, além de ajudar a população a evitar viagens desnecessárias à praia, também permite que os alunos envolvidos no projeto desenvolvam ainda mais as suas competências técnicas e contribuam para a sociedade com um serviço de utilidade realmente pública”, conclui Fátima Pais.
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