Ikea vai dar emprego a mais de 2 mil refugiados
A empresa sueca de mobiliário Ikea anunciou hoje que vai apoiar 2.500 refugiados nos próximos dois anos, dando-lhes experiência de trabalho nas suas lojas em 20 países, como forma de ajudar à sua integração nas comunidades.
A empresa sueca de mobiliário Ikea anunciou hoje que vai apoiar 2.500 refugiados nos próximos dois anos, dando-lhes experiência de trabalho nas suas lojas em 20 países, como forma de ajudar à sua integração nas comunidades. O anúncio foi feito no primeiro fórum global sobre refugiados, promovido pela ONU, que teve hoje início em Genebra, na Suíça, com o propósito de gerar novas abordagens e compromissos a longo prazo para ajudar os milhões de refugiados existentes no mundo e os países anfitriões.
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“O objetivo deste programa é criar mais oportunidades de trabalho, dentro do grupo Ingka [que detém a Ikea], para aqueles que procuram uma vida melhor depois de passarem por situações extremas de guerra, perda e violência nas suas vidas”, explica a empresa em comunicado.
Portugal será um dos países abrangidos, segundo referiu à Lusa fonte da empresa.
“A Ikea Portugal é um dos 30 mercados do grupo com planos concretos para apoiar a integração da comunidade de refugiados, concretamente no apoio à empregabilidade”, disse.
“Estamos em diálogo com as instituições que estão no terreno, nomeadamente o Conselho Português para os Refugiados, no sentido de desenvolver ações relevantes e tangíveis”, adiantou a mesma fonte, acrescentando que as primeiras iniciativas serão lançadas durante a primavera e verão de 2020.
O grupo pretende ainda “aumentar o volume de vendas de produtos feitos por artesãos”, criando “oportunidades de emprego a cerca de 500 refugiados, bem como a mulheres jordanas, gerando assim valor para as comunidades locais em maior escala”, adianta a empresa.
Além disso, acrescenta a Ikea, a fundação associada ao grupo “irá alocar 100 milhões de euros em subsídios, nos próximos cinco anos, para programas que apoiam os refugiados e as comunidades recetoras a melhorarem as suas condições e se tornarem mais independentes”.
O fórum global sobre refugiados é promovido pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e assinala, segundo a organização, o fim de uma “década tumultuosa” que ficará marcada por um número recorde: mais de 25 milhões de pessoas no mundo são refugiadas.
Com a coorganização da Suíça e a cooperação de cinco países (Costa Rica, Etiópia, Alemanha, Paquistão e Turquia), este primeiro fórum global, que conta com a presença de governantes, líderes da ONU, instituições internacionais, organizações não-governamentais (ONG), empresas e representantes da sociedade civil, teve na segunda-feira uma sessão preparatória, estando previstas para hoje e para quarta-feira as sessões de alto nível.
O Global Refugee Forum acontece precisamente um ano depois da adoção do Pacto Global sobre Refugiados pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
A 17 de dezembro do ano passado, 181 países votaram a favor deste pacto inédito que assumia um grande objetivo: promover uma resposta mais robusta e sistemática para melhorar a vida dos refugiados e as condições dos países anfitriões. No final de 2018, a população global de pessoas forçadas no mundo a abandonar as suas casas devido a guerras, conflitos, violência, perseguições, violação dos direitos humanos ou desastres naturais ultrapassou os 70 milhões.
O ACNUR refere que, em 2018, a população global de deslocados à força aumentou em 2,3 milhões de pessoas, o que significa que, no ano passado, cerca de 37 mil pessoas por dia ou 25 pessoas por minuto tiveram de abandonar os respetivos lares.
Texto: Joana Ferreira com Lusa
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