Incêndios: “Há uma onda de terrorismo para desestabilizar o país!”

16 Out 2017 | 11:20

Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros afirma que incêndios que devastam o país e que já provocaram, este verão, 91 mortos, resultam de esforço “terrorista”.

O presidente da Liga dos Bombeiros compara a devastação provocada pelos incêndios deste ano com “terrorismo”. Em declarações explosivas à CMTV, Jaime Marta Soares diz que fogos são não só provocados por mão humana mas que resultam de um esforço concertado para “desestabilizar o país”.

“Todos nós sabemos que, em Portugal, 98% dos incêndios são de origem humana. mas temos de admitir que 80% são de mão criminosa e que há uma onda de terrorismo para desestabilizar o país!”

Quando questionado pela pivô sobre o que queria dizer com esta afirmação, O presidente da Liga dos Bombeiros concretizou:

“Acredito que, efectivamente, não sejam uma organização para desestabilizar o país de uma forma estratégica, definida em locais próprios, de uma forma que não deixam rasto nenhum.”

Quando a pivô da CMTV pergunta se os incêndios provocados por mão humana estão relacionados com “interesses económicos e de empresas”, o presidente da Liga dos Bombeiros afirma de forma contundente:

“Não. Isto não se trata de interesse económico, nem o pirómano, nem o insuficiente, nem aquele que sofre de problemas psíquicos, nada disso. Acho que há uma organização, como se deitam bombas nas estações de comboios ou nos festivais. Há muitas formas de fazer terrorismo. Com certeza que esta situação tem uma envolvente para lá de tudo aquilo que será o incendiário em Portugal.”

Tragédia de Pedrógão Grande aconteceu há quatro meses

Esta segunda-feira, 16 de outubro, assinalam-se quatro meses da tragédia de Pedrógão Grande, o incêndio mais mortífero em solo português, que fez 64 mortos.

Quatro meses depois dessa catástrofe, uma nova vaga de incêndios faz 27 mortos. Jaime Marta Soares esteve no terreno este domingo, 15 de outubro, no terreno, e diz que “não há hipótese” de haver mais meios de combate aos fogos.

“Tem sido com um grande esforço dos corpos dos bombeiros que, por todo o lado, conseguem ir, tentando superar as dificuldades. Ontem chegámos a atingir 550 ignições. Não é possível ter bombeiros em todo o lado. São distâncias brutais, os incêndios propagam-se a quilómetros. As pessoas reclamam e com razão. Eu estive lá no terreno, tentei dizer-lhes ‘eu estou convosco mas compreendam também que não há hipótese”.