Lei recentemente aprovada faz com que a habitação seja um direito em Portugal

Desde cedo, quase todas pessoas sonham com a tão desejada casa e com a emoção de decorar e escolher cada detalhe das divisões que formarão o futuro lar.

Lei recentemente aprovada faz com que a habitação seja um direito em Portugal

As preferências por diferentes casas variam de geração para geração, desde os baby boomers (com idades acima dos 50 anos), que preferem locais mais sossegados e com acessibilidade aos serviços de saúde, aos millenials que procuram arrendamentos e casas em “co-habitação”.

Apesar da diversidade de interesses, o único fator comum entre todas as gerações é: a necessidade de ter um lugar para morar.

Aprovada no dia 5 de julho de 2019, a Lei de Bases da Habitação representa um momento histórico para Portugal, fazendo com que o governo português se torne responsável por garantir habitações adequadas a todos os cidadãos.

Esta lei realça o direito à habitação como um direito social fundamental, transformando imóveis públicos em habitações a preços acessíveis.

É importante esclarecer que a lei não se baseia simplesmente em fornecer casas a todos os indivíduos, mas possui alvos pré-definidos, construindo uma estrutura referencial de base, a qual levará à instituição de futuros regulamentos de acesso à habitação social.

Desta forma, a lei estipula que o governo português deverá apresentar uma política nacional de habitações condizente com os princípios e ideiais resguardados nesse mesmo diploma legal, incluindo medidas de proteção especiais para jovens, idosos e famílias com crianças.

Além disso, um dos problemas que se tem vindo a alastrar nos últimos anos, e que a Lei de Bases da Habitação pretende resolver, é a evicção de locatários por toda a cidade de Lisboa. Em caso de evicção, a nova lei garante que a retirada do inquilino do imóvel só ocorrerá se o Estado for capaz de providenciar a essa pessoa uma acomodação nas proximidades de onde costumava habitar.

Outra iniciativa interessante de cunho diretamente relacionado à ideia de habitação como direito social fundamental é o recentemente aprovado decreto-lei que cria o Plano Nacional de Alojamento Estudantil, o qual visa criar, até 2023, mais de 11.500 camas para estudantes.

Como referido anteriormente, um dos métodos de aumento de locais de habitação é a transformação de imóveis de uso público em habitações, e com este Plano Nacional, serão cerca 263 imóveis do Estado, desde quartéis, palácios ou até conventos, que passarão a ser residências universitárias.

Todas estas medidas demonstram uma tendência de Portugal, pelo menos em termos imobiliários, de estar a caminhar em direção a uma lógica de “Estado de Bem-estar Social”. E isto traz consigo não só implicações sociais benéficas, mas também torna o território português um local cada vez mais atrativo para os estrangeiros se mudarem e aumentarem a população jovem (e consigo a PEA – “População Economicamente Ativa) que Portugal tanto precisa.

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