Mina moçambicana de rubis com segunda fábrica em 2025
A Montepuez Ruby Mining (MRM), a maior mina de rubis de Moçambique, anunciou hoje que exportou 1,3 milhão de quilates de rubis em 2023, o segundo maior exportador mineiro moçambicano, e prevê uma segunda fábrica em 2025.
“Os rubis recuperados na MRM são vendidos em leilão, com o calendário de leilões de 2023 a render 151,3 milhões de dólares [135,9 milhões de euros], todos totalmente repatriados para Moçambique para garantir o pagamento justo dos impostos”, explicou hoje em comunicado a empresa, premiada pelo nível de exportações durante a 59.ª edição da feira FACIM, em Maputo.
Acrescenta que a MRM, que opera a mina em Cabo Delgado, “espera aumentar os níveis de produção e exportação a partir do segundo semestre de 2025, após o comissionamento bem-sucedido” da segunda unidade de processamento.
“A nova fábrica vai triplicar a capacidade de tratamento de material mineralizado, passando de 200 toneladas por hora para 600 toneladas por hora. Com este investimento, a MRM espera aumentar o seu contributo para a economia moçambicana e gerar mais emprego”, refere a informação da empresa.
A MRM é detida em 75% pela Gemfields e em 25% pela Mwiriti Limitada, uma empresa moçambicana.
Desde que a Gemfields adquiriu os 75% da MRM — em fevereiro de 2012, ano do início da exploração mineira, tendo os leilões de rubis iniciado dois anos depois –, a mina acumula receitas superiores a 1.055 milhões de dólares (982,7 milhões de euros), pagando ao Estado moçambicano, no mesmo período, 257,4 milhões de dólares (239,7 milhões de euros), segundo informação anterior da empresa.
No ano passado, a MRM pagou ao Estado moçambicano 53,2 milhões de dólares (49,6 milhões de euros) em ‘royalties’ e impostos.
A MRM é uma empresa moçambicana que opera no depósito de rubis de Montepuez, localizado no nordeste de Moçambique, na província de Cabo Delgado, abrangendo aproximadamente 33.600 hectares.
“Acredita-se que seja o depósito de rubis mais significativo recentemente descoberto no mundo”, refere a empresa, que garante ter criado localmente mais de 1.500 postos de trabalho, 95% dos quais para moçambicanos, sendo 65% oriundos de Cabo Delgado.
A produção de rubis em Moçambique disparou no segundo trimestre, depois da forte quebra nos primeiros três meses, e já está acima das previsões para 2024, segundo dados da execução orçamental noticiados este mês pela Lusa.
No total dos primeiros seis meses do ano, a produção de rubis em Moçambique foi superior a 1,64 milhões de quilates, um aumento de 10% face ao mesmo período de 2023, segundo o relatório de execução orçamental de janeiro a junho, do Ministério da Economia e Finanças.
Essa produção tinha recuado 55% até março, também em termos homólogos, para 252,6 mil quilates, segundo o relatório do primeiro trimestre, noticiado anteriormente pela Lusa, devido a problemas na maior mina nacional, da MRM.
“Relativamente ao rubi, importa reportar que durante o segundo trimestre assistiu-se a um crescimento exponencial da sua produção, com destaque para o desempenho da empresa SLR Mining, que assumiu a posição maior produtor deste recurso mineral. Esta empresa foi responsável pela produção de mais de 70% do total”, lê-se no relatório semestral.
O Governo moçambicano definiu a meta de produção de 3.080.895,32 quilates de rubis em todo o ano 2024, pelo que o registo dos primeiros seis meses — 1.640.710,60 quilates – já representa uma concretização de 53% do objetivo anual, quando no primeiro trimestre foi de 8%.
A Lusa noticiou anteriormente que o valor das exportações moçambicanas de rubis recuou 80% no primeiro trimestre, rendendo cerca de 4,6 milhões de euros, segundo dados do banco central.
No relatório sobre a balança de pagamentos do primeiro trimestre é referido que as receitas provenientes da exportação de rubis recuaram de 25,6 milhões de dólares (23,7 milhões de euros), de janeiro a março de 2023, para 5,2 milhões de dólares (4,6 milhões de euros) no mesmo período deste ano.
PVJ // ANP
By Impala News / Lusa
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