Com o desconfinamento e a chegada do verão, são muitos os jovens que estão a ignorar as regras de de distanciamento e o uso de máscara, acabando por adotar comportamentos de risco. Razão pela qual o número de jovens internados com covid-19, segundo o Expresso, está a aumentar no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Do total de internados nesta unidade hospitalar, 34% têm menos de 35 anos. Muitos são jovens saudáveis que desenvolvem um quadro clínico grave e chegam a ser transferidos para os cuidados intensivos.

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«Os que nos estão a chegar não se contaminaram em grandes festas; foram infetados no dia a dia. Parecem achar que a doença só é transmitida por quem tem sintomas, o que está profundamente errado», refere Sandra Braz, coordenadora da Unidade de Internamento de Contingência de Infeção Viral Emergente. Estes infetados do pós-confinamento frequentam esplanadas, vão a restaurantes ou convivem em casas de amigos, onde não tomam medidas por acharem que não correm perigo.

«Estou muito preocupada com a abertura dos centros comerciais, cafés e com o fim das aulas», sublinha Sandra Braz, ao Expresso, adiantando que estes doentes  «parecem viver numa adolescência prolongada, em que não cabe a responsabilidade, associada a um sentimento de desafio ao risco e a uma necessidade de pertença ao grupo, em que quem não acompanha a maioria pode ser excluído».

Festas e ajuntamentos ilegais

Depois do evento no Clube Desportivo de Odiáxere, Lagos, Algarve, que levou o Ministério Público a abrir um inquérito para apurar as circunstâncias que rodearam uma festa de aniversário que está na origem de um surto de covid-19 no sul, o cenário de incumprimento repetiu-se este fim de semana. As autoridades viram-se obrigadas a intervir em vários ajuntamentos de norte a sul do país, que concentraram mais de 1000 pessoas na praia de Carcavelos e centenas em Braga e no Porto.

António Costa referiu este sábado que «festas como a de Lagos, falta de cuidado como o que aconteceu no lar, ajuntamentos como os que aconteceram na praia de Carcavelos ou nas Docas em Lisboa são, obviamente, comportamentos que só podem dar mau resultado».

Texto: Carla S. Rodrigues

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