BE diz que escolha de Maria Luís Albuquerque reflete prioridades do Governo
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou hoje que a escolha de Maria Luís Albuquerque para comissária europeia reflete as prioridades de um Governo “que governa para uma elite” e que está “desligado das reais necessidades” do país.
“Esta nomeação não diz muito de novo sobre Maria Luís Albuquerque, diz certamente muito sobre o Governo, sobre as prioridades e escolhas”, afirmou a coordenadora do BE durante uma visita à Feira do Livro do Porto.
Para Mariana Mortágua, a escolha reflete um Governo “que se presta a todo o tipo de favores, ao privilégio, que governa para uma elite, que governa para uma bolha e que está muito desligado das reais necessidades de um país que sofreu tanto às mãos de Maria Luís Albuquerque”.
Destacando que Maria Luís Albuquerque foi “a ministra que impôs austeridade, cortou pensões, cortou salários e geriu a falência de bancos importantes”, a coordenadora do BE considerou que o Governo “quis enviar um sinal” com a nomeação.
“É uma voz dos interesses financeiros internacionais, da alta finança nos corredores da Europa e nós não precisamos de mais finança a mandar os destinos da Europa, nem de Portugal e isto revela muito sobre as prioridades do Governo, como a forma como este Governo tem privilegiado estes grandes interesses”, observou, considerando que esta foi “uma má decisão”.
“Não sei se um mau governo pode tomar boas decisões, o que sei é que há um Governo que tem vindo a governar para os privilegiados e que escolheu governar para uma elite”, acrescentou.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na quarta-feira que propôs para comissária europeia a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.
O primeiro-ministro disse que escolheu Maria Luís Albuquerque com o apoio de todo o Governo, num processo que decorreu com “todo o recato”, e destacou o perfil da antiga ministra de Estado e das Finanças que sabe “que vai honrar Portugal”.
Maria Luís Albuquerque, 56 anos, foi ministra de Estado e das Finanças durante o período em que Portugal estava sob assistência financeira da ‘troika’, sucedendo a Vítor Gaspar em julho de 2013 e mantendo-se até final do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
SPC (SMA) // JPS
By Impala News / Lusa
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