Brexit: Presidente da Câmara dos Comuns confirma demissão

O presidente da Câmara dos Comuns do parlamento britânico, John Bercow, anunciou hoje que não vai recandidatar-se a deputado e que pretende demitir-se a 31 de outubro.

Brexit: Presidente da Câmara dos Comuns confirma demissão

O presidente da Câmara dos Comuns do parlamento britânico, John Bercow, anunciou esta segunda-feira, 9 de setembro, que não vai recandidatar-se a deputado e que pretende demitir-se a 31 de outubro. «Nas eleições de 2017, prometi à minha mulher e filhos que seria o meu último mandato. Esta é uma promessa que pretendo manter. Se a Câmara votar hoje à noite para eleições legislativas antecipadas, o meu mandato como Presidente e deputado terminará quando este Parlamento terminar», começou por dizer, numa declaração durante o plenário esta tarde.

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John Bercow foi eleito em 2009, tornando-se no mais jovem detentor do título

Acrescentou ainda que, se a assembleia não votar nesse sentido, entende que «o menos perturbador e mais democrático» será cessar funções no encerramento da sessão 31 de outubro, data prevista para a saída do Reino Unido da União Europeia. «O menos perturbador, porque essa data acontecerá logo após as votações ao Discurso da Rainha esperadas nos dias 21 e 22 de outubro, e a semana seguinte também poderá ser bastante animada e será melhor ter uma figura experiente na presidência», justificou. John Bercow, um conservador, foi escolhido pelos pares para a posição em 2009, tornando-se no mais jovem detentor do título.

Governo britânico suspende parlamento a partir de hoje

Parlamento britânico ficará suspenso depois do final do debate desta noite e durante cinco semanas, até 14 de outubro, confirmou um porta-voz do primeiro-ministro, Boris Johnson. Na agenda parlamentar estão debates sobre legislação para a Irlanda do Norte e uma proposta de eleições antecipadas feita pelo governo, mas que a oposição já disse que pretende inviabilizar.

Governo britânico obteve autorização da rainha Isabel II

A suspensão até 14 de outubro causou uma onda de indignação no Reino Unido quando foi anunciada no final de agosto, levando a oposição a qualificar a decisão como um “escândalo e uma ameaça à democracia” e uma manobra para forçar um ‘Brexit’ sem acordo a 31 de outubro. O governo britânico obteve autorização da rainha Isabel II com o objetivo de “apresentar uma nova agenda legislativa nacional ousada e ambiciosa para a renovação do país após o ‘Brexit'” a 14 de outubro, invocou o primeiro-ministro, Boris Johnson.

Duas ações judiciais para bloquear a suspensão foram rejeitadas nas últimas semanas em tribunais de Edimburgo e Londres, sendo esperado que os recursos sejam analisados a 17 de setembro pelo Tribunal Supremo, a última instância judicial britânica. Um terceiro caso está em curso num tribunal de Belfast, tendo uma audiência sido agendada para 16 de setembro.

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